Folha de S. Paulo


Hospital Pérola Byington vai se mudar para a cracolândia em SP

O hospital Pérola Byington, referência no SUS de São Paulo para o atendimento à saúde da mulher, vai se mudar para a área da cracolândia, na região central da capital.

A instituição será uma das contempladas pela PPP (Parceria Público-Privada) dos hospitais, lançada ontem pelo governo de São Paulo.

Hospital Pérola Byington vai se mudar para a cracolândia em SP

O edital da iniciativa prevê a construção de outros dois hospitais: um em Sorocaba e e outro em São José dos Campos (a 99 e 97 km de São Paulo, respectivamente).

O primeiro terá 250 leitos; o segundo, 178.

O novo Pérola Byington ficará na avenida rio Branco, entre a rua Helvétia e as alamedas Glete e Barão de Piracicaba, em frente ao terminal de ônibus Princesa Isabel.

A região, por onde usuários de crack circulam livremente, já foi alvo de duas intervenções policiais do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para a retirada dos viciados.

A cracolândia, no entanto, voltou ao normal pouco tempo depois de cada ação.

"O hospital atualmente está em um prédio alugado, bastante antigo. Nós já resolvemos fazer um hospital moderno, novo e numa região que precisa ser revitalizada, que é a da antiga cracolândia", afirmou Alckmin.

O novo Pérola Byington terá 218 leitos (sendo 22 de UTI). O atual, na av. Brigadeiro Luís Antônio, no centro, tem 148 (oito deles de UTI). Haverá ainda dez salas cirúrgicas.

PARCERIA

A parceria público-privada será a primeira na área de hospitais em São Paulo. A Prefeitura de São Paulo tentou a realização de uma, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), mas ela foi adiada porque o TCM (Tribunal de Contas do Município) encontrou problemas no edital. Na época, a Folha também apurou que houve pouco interesse dos parceiros, que consideravam o risco grande.

O modelo do governo paulista prevê um investimento do próprio Estado de 60% do valor da obra -o da prefeitura previa que o investimento seria todo feito pela parceira.

Agora, as empresas vencedoras terão que arcar com 40% do valor da obra e terão direito a explorar os serviços não-hospitalares (como vigilância, alimentação, lavanderia etc.) por 17 anos após a entrega do prédio.

A previsão do Estado é que a escolha dos vencedores seja feita até 25 de novembro e em 20 de dezembro os contratos sejam assinados.

Depois, as empresas têm um prazo de 36 meses para a entrega dos prédios, mas a expectativa do governo é que eles fiquem prontos em até 30 meses, isto é, em meados de 2016.


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