Folha de S. Paulo


Vandalismo passou dos limites, diz Alckmin sobre protestos em SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que as manifestações com violência ocorridas ontem "passaram do limite" e que "tomará medidas enérgicas". O tucano afirmou que a polícia vai agir com mais rigor para cumprir a lei na proteção das pessoas e vai acelerar as investigações para apontar os culpados pela depredação do patrimônio público e privado.

Perguntado se acreditava que episódios como o de ontem, em que manifestantes depredaram até um carro de polícia, não desagastavam a imagem da Polícia Militar, Alckmin não respondeu. Nem disse quais seriam as "medidas enérgicas" que tomará.

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que que o vandalismo nos protestos passou dos limites
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que que o vandalismo nos protestos passou dos limites

Cumprindo agenda na zona leste de São Paulo nesta terça-feira, o governador se esquivou das perguntas sobre o protesto e não respondeu sobre a conivência por parte da polícia com depredação de agências bancárias e lojas na região central da capital. Oito agências bancárias tiveram vidraças quebradas, duas lanchonetes foram invadidas e um carro da polícia civil foi destruído pelos manifestantes.

Para Alckmin, é inadmissível um protesto terminar em violência como aconteceu nessa segunda-feira. Segundo o governador, a inteligência da polícia trabalha para identificar e punir os responsáveis. No total, de acordo com o tucano, foram presas 11 pessoas e duas continuam detidas por dano ao patrimônio público.

"Esse vandalismo extrapola todos os limites. Isso inclusive afasta as manifestações legítimas com as que ocorreram em julho. É um absurdo verdadeiro", disse Alckmin, que também afirmou que um balanço das manifestações será divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), no final do dia de hoje.

Para exemplificar que o protesto superou os limites, Alckmin disse que um policial acabou ferido com gravidade durante a manifestação dessa segunda. "Temos um oficial da PM, um tenente, com uma fratura no rosto por bola de aço que foi atirada contra ele. Ele corre o risco de perder sua visão", disse o governador.

Assim como no Rio, o ato dessa segunda-feira em São Paulo teve como motivo apoiar os professores municipais do Rio contra a proposta de plano de cargos e salários da prefeitura. Ambos começaram pacíficos, mas deram lugar ao vandalismo a partir da intervenção de mascarados adeptos da tática de protesto "black bloc".

Em SP, onde ao menos 300 pessoas se reuniram próximo a praça da República, manifestantes também apoiavam a greve de alunos da USP, que defendem eleições diretas para a escolha do novo reitor da universidade.

CRITICADO

Alckmin chegou a ser criticado, em junho, durante a ação da Polícia Militar que feriu diversas pessoas, inclusive jornalistas.

Na época, o governo de São Paulo aumentou o número de policiais destacados para acompanhar os protestos contra aumento da tarifa no transporte público e os policiais foram alvo dos manifestantes por terem agido com truculência.

Nos protestos seguintes, a PM mudou o procedimento e passou a observar as manifestações e agir em apenas último caso, mediante ordens superiores.

CAMPANHA

Durante a agenda, o tucano visitou as instalações da Fatec, na região do Tatuapé, na zona leste. Alckmin chegou ao local a pé acompanhado de seguranças e cumprimentando diversas pessoas na rua.

Antes de deixar o local, Alckmin, acompanhado do ex-governador José Serra (PSDB), que repentinamente apareceu ao evento, tomou café em uma lanchonete, atitude já consagrada durante as campanhas eleitorais. Tudo foi gravado por uma equipe de uma agência de propaganda.


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