No dia seguinte aos atos de vandalismo durante um protesto de professores, um rastro de destruição deixado por vândalos impressionava quem passava pelo centro do Rio, na manhã desta terça-feira (8). Bancos e prédios históricos como o Palácio Pedro Ernesto, a sede da Câmara dos Vereadores, e o Theatro Municipal foram atingidos.
O Theatro Municipal teve vidros estilhaçados por pedras arremessadas por homens encapuzados. Vasos de plantas que enfeitavam a lateral do espaço foram quebrados e lançados à beira da avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro.
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A Câmara dos Vereadores amanheceu completamente pichada na lateral da rua Evaristo da Veiga. Na frente do prédio e na outra lateral dele também foram feitos rabiscos com os dizeres "Fora Cabral, fora Paes. Fora Costin [em referência à secretária municipal de Educação, Cláudia Costin]".
Várias agências bancárias e lojas comerciais foram destruídas e saqueadas. Uma filial da Nextel na Rio Branco, embaixo do consulado angolano, teve os dois andares depredados.
A porta giratória, as vidraças e os caixas eletrônicos do Banco do Brasil, localizado na lateral da Câmara dos Vereadores e do Theatro Municipal, na rua 13 de Maio, foram destruídos e até incendiados. Chamava a atenção os piches com a sigla CV, da facção criminosa Comando Vermelho. Outras frases também se destacavam como "Já que a educação tá em greve mesmo"; "Poder do povo!".
Editoria de arte/Folhapress |
Por volta das 9h30, garis da Comlurb (limpeza urbana) tentavam limpar as paredes da Câmara Municipal. Com jatos de água e escovas, eles conseguiam apagar alguns piches.
A destruição foi provocada por um grupo de 'black blocs' que começou a jogar coquetéis molotov e bombas caseiras em direção ao prédio da Câmara Municipal.
Os mascarados lançaram pedras, bombas caseiras e coquetéis molotov para destruir ônibus, bancos, restaurantes, além das sedes do Clube Militar e do consulado americano. A sede do grupo EBX, de Eike Batista, teve as vidraças destruídas no protesto.
A Tropa de Choque hesitou em agir no início da confusão. Os policiais militares só reagiram quando a destruição estava consumada.
Segundo a PM, a mobilização dos professores reuniu 10 mil pessoas. O sindicato da categoria falava em 50 mil. No total, ao menos 14 manifestantes foram detidos.
Após o início do tumulto, professores deixaram a Cinelândia por não concordarem com o protesto violento. Em greve há cerca de 50 dias, eles reivindicam aumento salarial e um plano de cargos e salários unificado.