Folha de S. Paulo


Após noite de violência, terminam protestos no Rio e em SP

Cenas de violência, depredação e confronto com a PM já haviam terminado por volta das 23h30 desta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro e em São Paulo, em um dos mais violentos protestos desde as manifestações do mês de junho.

Os dois atos tiveram como motivo apoiar os professores municipais do Rio contra a proposta de plano de cargos e salários da prefeitura. Ambos começaram pacíficos, mas deram lugar ao vandalismo a partir da intervenção de mascarados adeptos da tática de protesto "black bloc".

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Em SP, manifestantes também apoiavam a greve de alunos da USP, que defendem eleições diretas para a escolha do novo reitor da universidade. Dois grupos, que se reuniram na avenida Paulista e no Theatro Municipal, se encontraram na praça da República, em frente à Secretaria da Educação, totalizando cerca de 300 pessoas.

A confusão começou depois de três morteiros serem lançados contra policiais que protegiam a entrada do prédio. A PM revidou, jogando bombas de gás lacrimogêneo.

Pelo menos oito agências bancárias foram destruídas nas avenidas Ipiranga e Rio Branco. Um McDonald's na avenida Ipiranga também foi invadido e depredado. Em um Habbib's na mesma via, os manifestantes jogaram uma bomba e roubaram um extintor. Um carro da Polícia Civil foi virado de cabeça para baixo na avenida Rio Branco.

A entrada do metrô República foi parcialmente fechada após tentativa de invasão dos manifestantes.

Houve ao menos oito detidos por depredação e incitação à violência. Segundo a PM, sete pessoas tinham sido atendidas por ferimentos nos confrontos (quatro eram PMs).

No centro do Rio, a manifestação terminou em destruição na av. Rio Branco, a mais tradicional do centro. Por volta das 20h, um grupo de 'black blocs' começou a jogar coquetéis molotov e bombas caseiras em direção ao prédio da Câmara Municipal.

Os mascarados lançaram pedras, bombas caseiras e coquetéis molotov para destruir ônibus, bancos, restaurantes, além das sedes do Clube Militar e do consulado americano. A sede do grupo EBX, de Eike Batista, teve as vidraças destruídas no protesto.

A Tropa de Choque hesitou em agir no início da confusão. Os policiais militares só reagiram quando a destruição estava consumada.

Segundo a PM, a mobilização dos professores reuniu 10 mil pessoas. O sindicato da categoria falava em 50 mil. No total, ao menos 14 manifestantes foram detidos.

Após o início do tumulto, professores deixaram a Cinelândia por não concordarem com o protesto violento. Em greve há cerca de 50 dias, eles reivindicam aumento salarial e um plano de cargos e salários unificado.


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