Folha de S. Paulo


Promotoria apresentará 6ª denúncia contra PMs indiciados por morte de Amarildo

O Ministério Público do Rio de Janeiro deve apresentar até sexta feira (4) a sexta denúncia contra os dez policiais militares indiciados sob suspeita de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43.

De acordo com o promotor Homero das Neves, depoimentos e provas técnicas comprovam a participação dos policiais no desaparecimento do ajudante de pedreiro no dia 14 de julho deste ano. "O Amarildo não desceu a escada por onde os policiais dizem que ele passou", afirmou.

Segundo ele, três câmeras estavam instaladas próximo a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Duas estavam queimadas, mas uma funcionava normalmente e não registrou a passagem do pedreiro, ao contrário do que disseram os policiais.

A investigação, feita pela Polícia Civil do Rio durou quase dois meses. Entre os indiciados está o major Edson Santos, então comandante da UPP da Rocinha. Dos demais indiciados, quatro são suspeitos de levar Amarildo até a sede da UPP, em 14 de julho, e cinco estariam no local quando o ajudante de pedreiro chegou.

Segundo a investigação, Amarildo foi abordado por 14 PMs em um bar próximo à sua casa. Sem documentos, ele foi levado para a base da UPP por quatro homens.

No local, ainda de acordo com o inquérito, o ajudante de pedreiro foi forçado a contar onde estariam escondidas armas de traficantes.

O major Santos sempre negou essa versão. Diz que Amarildo foi liberado em "cinco minutos".


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