Folha de S. Paulo


Ciclovia da marginal Pinheiros ficará fechada por 2 anos

A decisão do Metrô de fechar um trecho de 4,2 quilômetros da ciclovia que margeia o rio Pinheiros por dois anos gera revolta dos cicloativistas nas redes sociais. A partir da segunda-feira (7), os ciclistas serão proibidos de pedalar entre as estações Granja Julieta e Vila Olímpia por conta das obras do monotrilho da linha 17-ouro. A primeira ação organizada pelos bikers deve acontecer neste final de semana, quando eles planejam acampar em plena ciclovia.

Segundo os organizadores da manifestação, a ideia é ficar das 18h de sábado (5) até as 19h de domingo (6) no local. A concentração dos manifestantes será na ciclovia embaixo da ponte estaiada. No Facebook, o evento "Não fechem a ciclovia do rio Pinheiros" diz que o protesto será familiar e pede para os participantes levarem os filhos e barracas para passarem à noite.

"Em nenhum momento teve diálogo com os usuários e não foi feita nenhuma proposta alternativa, como um desvio para quem está na ciclovia", diz o analista de tecnologia Rodrigo Vicentim, 34, um dos organizadores da manifestação.

Ele comenta que a área não é apenas de lazer, mas utilizada diariamente por pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte para ir ao trabalho ou estudar. "Não cogitaram fechar uma faixa da marginal porque sabiam que os motoristas iriam reclamar. Optaram em prejudicar os mais fracos", reclama.

Para o cicloativista, a área é a única na cidade onde é possível pedalar diariamente com segurança. Ele afirma que o local também é utilizado por ciclistas profissionais que treinam na pista.

O bancário Roberto Santana, 34, diz que não são apenas 4,2 km fechados. Segundo ele, uma pessoa que mora em Santo Amaro (zona sul de SP) e estuda na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, vai deixar de usar a ciclovia. "A pessoa terá de buscar outra alternativa de transporte", reclama.

O Metrô explica que a medida foi adotada para garantir a segurança dos ciclistas já que no trecho será feita a estação Morumbi da linha 17. No local também serão implantados 66 pilares de sustentação e 132 vigas por onde passarão os trens.

Após as obras, diz o Metrô, a ciclovia será liberada em toda a sua extensão. Ao todo, são de 21,5 km de pistas exclusivas para as bicicletas.

O Metrô explica que quem gosta de pedalar no local poderá utilizar no período de obras os 17,3 km restantes. O primeiro, de Miguel Yunes à Granja Julieta, com acessos pela avenida Miguel Yunes, número 620, estações Jurubatuba e Santo Amaro. O segundo, de Vila Olímpia até Jaguaré, com acessos na Vila Olímpia e ponte da Cidade Universitária. O ciclista, porém, não tem como ir de um trecho ao outro já que as obras ficam no meio da ciclovia (veja mapa).

A ciclovia, que foi inaugurada em fevereiro de 2010 pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), recebe nos dias úteis cerca de 600 ciclistas. Nos finais de semana, esse número sobe para 4.000. O Metrô diz que no trecho interditado passam 200 bicicletas nos dias de semana e 2.000 aos sábados e domingos.

LINHA 17

A linha 17-ouro será entregue em duas etapas e vai ligar o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, até a futura estação São Paulo-Morumbi, da linha 4-amarela.

De acordo com o Metrô, a previsão é de que o primeiro trecho - entre o aeroporto e a estação Morumbi da CPTM - fique pronto até 2014. Serão 7,7 km distribuídos em sete estações.

Já o segundo trecho, entre a estação Morumbi e a estação São Paulo-Morumbi, deve ficar pronto apenas em 2017. Serão mais 6,5 km e cinco novas estações. A expectativa é de que a linha atenda diariamente 400 mil pessoas.

Editoria de Arte/Folhapress

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