Folha de S. Paulo


Análise: Em grandes universidades do exterior, eleição de reitor não é direta

O movimento estudantil da USP tem reivindicado há algum tempo eleições diretas para reitoria. Isso significa que a escolha do reitor seria feita diretamente por alunos, funcionários e docentes.

Até agora funciona assim: um grupo de colégios eleitorais, cujos representantes são professores titulares (com titulação máxima na carreira docente), elege três nomes.

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Esses nomes são encaminhados ao Conselho Universitário, que, em seguida, manda a lista para o governador.

Em geral, o escolhido é o primeiro colocado. Mas não é regra: o atual reitor, João Grandino Rodas, era o segundo na lista enviada ao então governador José Serra em 2009.

A comunidade da USP reivindica que alunos e funcionários tenham direito ao voto (o que já acontece na Unicamp e na Unesp). Também quer eliminar a lista tríplice e a sua passagem pelo conselho e pelo governador.

A pergunta é: nas grandes universidades do mundo as eleições para reitor são baseadas em voto direto e interno na comunidade? Não.

Em boa parte das universidades americanas e britânicas, mesmo as públicas, a eleição também acontece por meio de colégios eleitorais que são compostos de diferentes maneiras.

Em alguns deles, ex-alunos e membros do setor privado integram esses colégios e fazem parte da decisão.

Na Universidade de Nova York, por exemplo, alunos, docentes e funcionários renomados escolhem o reitor.

Na Universidade de Michigan, ex-alunos, igualmente renomados, estão ao lado de docentes no grupo que ajuda a eleger o chefe máximo.

Na Universidade Colégio de Londres, umas das melhores do Reino Unido, quem escolhe o reitor é um grupo de empresários e de profissionais liberais, eleito pela comunidade acadêmica.

Em processos decisivos como esses, o reitor pode ser um docente da instituição ou mesmo alguém do setor privado, de fora da universidade, especializado em gestão.

Isso amplia consideravelmente a gama de possíveis dirigentes para a universidade.


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