Folha de S. Paulo


Manifestação no centro do Rio tem 17 detidos e ao menos 20 feridos

O protesto que provocou confronto e depredações na região central do Rio, entre a tarde e a noite desta terça-feira, deixava ao menos 17 pessoas detidas e outras 20 feridas até as 23h. O clima já estava mais tranquilo no horário.

Reunindo milhares de pessoas, o protesto de hoje corresponde a maior mobilização desde os protestos de junho. No início, o ato era de professores, mas no decorrer do dia, a adesão aumentou, com a presença de sindicalistas, integrantes de partidos de esquerda e de movimentos sociais, além dos "black blocs".

Os professores tinham como objetivo do protesto tentar impedir a votação de um plano de cargos e salários da categoria na Câmara Municipal. Apesar disso, o projeto foi votado e aprovado na noite desta terça-feira.

Desde o início da tarde, um grande efetivo policial tentava evitar que os manifestantes entrassem no prédio da Câmara. Para afastá-los, os policiais lançaram dezenas de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral nos manifestantes nos arredores da Cinelândia. Os confrontos então se alastraram pelas ruas da região.

As bombas lançadas pelos militares fizeram tremer os vidros do prédio da Câmara. Do lado de dentro, vereadores reagiram assustados e houve gritaria de funcionários. Nos corredores da Casa, o cheiro de gás de pimenta e gás lacrimogêneo era muito forte.

GREVE

A Prefeitura do Rio classificou de vitória para os servidores a aprovação do projeto e pediu que os professores municipais encerrem a greve iniciada no dia 8 de agosto.

"O plano garante, de imediato, um reajuste salarial de 15,3% para todos os profissionais da educação e corrige injustiças históricas, com ações como a equiparação entre professores de nível 1 e 2, igualando o valor da hora-aula", informa a nota da administração municipal.

A coordenadora-geral do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Gesa Corrêa, disse que analisa que tipo de medida cabível pode ser adotada contra o plano. "A avaliação da aprovação do plano é a pior possível. Falta de diálogo e autoritarismo", disse ela, que apontou ainda que a categoria vai manter a paralisação.


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