Folha de S. Paulo


Protesto no Rio tem confronto e seis detidos; ruas são interditadas

Um protesto de professores municipais provocou confronto com policiais militares e deixou ao menos seis pessoas detidas entre a tarde e noite desta terça-feira. Por volta das 18h40, ainda havia várias ruas bloqueadas no entorno da Câmara Municipal e o clima era tenso.

Protestos acontece contra a votação do plano de cargos e salários para professores, na Câmara de Vereadores do Rio. A votação do plano, que é rejeitado pela categoria, teve início por volta das 16h desta terça-feira e continuava por volta das 18h40.

A concentração de manifestantes paralisou o centro do Rio e gerou grandes engarrafamentos. Há feridos, mas o número ainda não foi contabilizado oficialmente.

Desde o início da tarde, um grande efetivo policial tenta evitar que os manifestantes entrem no prédio da Câmara. Para afastá-los, os policiais lançaram dezenas de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral nos manifestantes nos arredores da Cinelândia. Os confrontos então se alastraram pelas ruas da região.

As bombas lançadas pelos militares fizeram tremer os vidros do prédio da Câmara. Do lado de dentro, vereadores reagiram assustados e houve gritaria de funcionários. Nos corredores da Casa, o cheiro de gás de pimenta e gás lacrimogêneo era muito forte. Mesmo assim, a sessão prosseguiu, sendo acompanhada por apenas seis pessoas presentes nas galerias.

O protesto, que começou com professores e estudantes, foi crescendo ao longo do dia. Por volta das 18h40, havia diversos focos de confronto na Cinelândia.

No fim da tarde de ontem, "black blocs" se juntaram aos professores e deram voltas no quarteirão da Cinelândia. Alguns deles estavam com o rosto encoberto, apesar da nova lei que proíbe o uso de máscaras no Rio.

GREVES

Tanto a categoria dos professores municipais quanto a dos professores estaduais estão em greve desde agosto. Eles são contra o plano de cargos e salários proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Ontem, Paes realizou uma teleconferência para responder dúvidas dos professores.

Paes fez críticas ao sindicato do professores, Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), afirmando que continua aberto ao diálogo e que o plano é favorável à categoria, o que é contestado pelos professores.

Editoria de Arte/Folhapress

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