Folha de S. Paulo


Com 4.000 fora de casa pela chuva, SC avalia decretar situação de emergência

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), disse neste domingo que estuda a possibilidade de decretar situação de emergência no Estado devido aos estragos causados pelas chuvas desde a última semana.

Segundo Colombo, a decisão depende da intensidade da chuva nas próximas horas. A previsão aponta que o acumulado deve chegar a 100 mm em algumas regiões --cada mm representa 1 litro de água por m².

A situação se torna mais crítica considerando que entre sexta e sábado já choveu o equivalente a todo mês de setembro, segundo a Defesa Civil.

"Duas regiões nos preocupam mais neste momento, o Vale do Itajaí e a região norte, onde a previsão indica que a chuva deve aumentar nas próximas horas. Em Joinville, três rios já transbordaram e novas áreas de alagamentos deverão ser registradas ao anoitecer", afirmou Colombo.

Cristiano Estrela/Agência RBS
Centro de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, inundado pela cheia no rio Itajaí-Açu
Centro do município de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, inundado pela cheia no rio Itajaí-Açu; 51 cidades foram afetadas

Ao declarar situação de emergência, o governo pode, entre outros benefícios, fazer compras sem licitação e solicitar recursos ao governo federal.

O município de Presidente Getúlio decretou estado de calamidade pública e outras cinco cidades decretaram situação de emergência: Bom Retiro, São José do Cedro, Saltinho, Santa Terezinha do Progresso e Serra Alta.

A situação também é crítica na cidade de Rio do Sul, no Vale do Itajaí. O nível do rio Itajaí-Açu continua a subir e deve chegar a 10 metros acima do normal até às 23h de hoje (22). Há 1.500 pessoas desalojadas no município, e outras 480 estão nos 18 abrigos abertos no região. A rodovia SC-350 está interditada por causa da água na pista.

Em Blumenau, houve deslizamentos de terra e alagamento de ruas, também consequência do transbordamento do rio Itajaí-Açu.

As barragens de Ituporanga e de Taió, no Vale do itajaí, estão sendo monitoradas para minimizar ao máximo o impacto das inundações na região.

Segundo balanço divulgado às 17h, cerca de 4.000 pessoas estavam desalojadas (na casa de parentes) ou desabrigadas (em abrigos públicos) em todo o Estado, que teve 51 cidades atingidas pelas chuvas.

Neste domingo, a chuva deu trégua nas regiões sul, oeste e na Grande Florianópolis, mas a Defesa Civil segue trabalhando para socorrer as pessoas que tiveram suas casas atingidas pelo granizo em cidades do oeste catarinense na sexta-feira (20).

O governador prometeu para o próximo ano o funcionamento de um radar meteorológico, comprado pelo Estado e atualmente sendo montado nos Estados Unidos. "O equipamento será validado pelos técnicos da Defesa civil em novembro e em fevereiro o equipamento estará aqui. Ele começa a operar em março", disse.

Segundo a Defesa Civil, as chuvas tendem a diminuir na segunda-feira. O tempo melhora, mas persiste a condição de deslizamentos. O vento que sopra do mar em direção ao litoral e a maré alta dificultam bastante o escoamento das águas dos rios das bacias do planalto ao litoral.

RIO GRANDE DO SUL

Cidades do norte do Rio Grande do Sul também foram atingidas pelas chuvas. A situação é mais grave nos municípios de Gentil, Santo Antônio do Palma, Nonoai, Santo Ângelo e Lajeado do Bugre.

Cerca de 4.100 casas foram afetadas na região. Os principais problemas foram causados pelas chuvas de granizo.


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