Folha de S. Paulo


Ministério considera 'natural' recusa de universidades ao Mais Médicos

O secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, afirma considerar "natural" que universidades se recusem a participar do Mais Médicos e que outras instituições, como escolas de saúde públicas dos governos estaduais, devem suprir essa ausência.

"Várias universidades aderiram ao programa, é natural que algumas universidades [não participem]. Não traz prejuízos", afirmou Monteiro nesta segunda-feira (16), em Fortaleza, ao ser questionado sobre o assunto.

A Folha mostrou no sábado que, de 45 instituições federais com curso de medicina, ao menos 13 em nove Estados do país disseram não ao programa Mais Médicos. Isso frustrou os planos do governo, porque a participação das federais era prevista para ser um braço acadêmico do programa, mediante indicação de tutores e supervisores.

"As universidades, pelo processo natural de autonomia, têm um ritual de discussão, internalização de toda e qualquer proposta. Por isso o programa abriu possibilidade de parcerias com as escolas de saúde pública, com as secretarias municipais, secretarias estaduais, que muitas têm estrutura de formação e de educação permanente", disse Monteiro.

Ele afirmou ainda que "aumentou a credibilidade" do programa Mais Médicos e que a segunda etapa ocorrerá com "mais maturidade". Foram 3.016 médicos inscritos nesta nova etapa, sendo 1.414 brasileiros e 1.612 estrangeiros. Monteiro disse que "aumentou a adesão dos médicos ao programa", mas o número na verdade é menor: na primeira etapa, 4.657 profissionais haviam feito a inscrição inicial --dos quais, porém, só 1.096 concluíram o processo.

"Hoje eu diria que o programa já tem um nível de maturidade adquirido, pela credibilidade e pelos seus cronogramas que foram seguidos momento a momento, faz que agora você tenha uma segunda etapa com mais maturidade e por isso que algumas dúvidas que surgiram no primeiro momento deixaram de existir", disse Monteiro. O cronograma, porém, também foi alterado: os médicos estrangeiros deveriam ter começado a atuar nesta segunda-feira nos municípios, mas só começarão na próxima semana.


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