Folha de S. Paulo


No RS, posto de saúde funciona em puxadinho de escola

O médico cubano que chegar na semana que vem a Sapucaia do Sul, cidade de 137 mil habitantes da região metropolitana de Porto Alegre, atuará num posto de saúde que funciona em uma espécie de puxadinho de uma escola municipal, em um bairro afastado do centro.

A unidade de saúde fica dentro do prédio do colégio, praticamente na mesma entrada usada pelos estudantes. O espaço é apertado e a estrutura, escassa: três salas, um ambulatório, uma sala de vacinas e uma cozinha.

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Na semana passada, como ainda não havia médicos atendendo, o recepcionista avisava que quem faria "as consultas" seria a enfermeira. Na verdade, ela realizava uma triagem e encaminhava a outras unidades de saúde.

A moradora Raquel Rodrigues, 37, diz que hoje a população do bairro precisa "adivinhar" quando há médico no local e que outros postos de outros bairros relutam em atender quem é vizinho dessa unidade.

Em Araricá, cidade de 5.200 habitantes a 68 km de Porto Alegre, a médica cubana selecionada vai atuar como clínica-geral em uma unidade de Pronto-Atendimento, que funciona com emergência.

Felipe Bächtold/Folhapress
Posto de saúde em Sapucaia do Sul (RS) que funciona anexo a uma escola municipal (foto)
Posto de saúde em Sapucaia do Sul (RS) que funciona anexo a uma escola municipal (foto)

O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que os cubanos devem trabalhar apenas com a Estratégia de Saúde da Família.

A secretária municipal da Saúde, Janete Silva, diz que há "dúvida" se a médica tem o "conhecimento" da medicina que é praticada no Brasil.

"A gente está preocupada com a medicação, ver se eles conhecem a nossa medicação, se eles conhecem os nossos exames. A gente vai ter que sentar com ela para trocar ideia, ver como funciona lá e como funciona aqui."

Questionado sobre a estrutura de atendimento em Sapucaia do Sul, o Ministério da Saúde diz que o município está inscrito no Requalifica, programa que prevê investimentos para melhoria dos postos de saúde, mas não informou se o recurso para as obras já foi liberado.

A pasta diz ainda que destinará R$ 15 bilhões até 2014 para a expansão e melhoria da rede pública de saúde do país.


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