Folha de S. Paulo


Ibirapuera terá aula de ioga e exposição no horário novo

O projeto de manter o parque Ibirapuera (zona sul) aberto durante todo o fim de semana, sem fechar de sábado para domingo, será acompanhado da organização de atividades temáticas.

A partir do dia 28, o parque abrirá às 5h de sábado e só fechará à meia-noite de domingo. Atualmente, o local recebe público das 5h à meia-noite, todos os dias.

"Durante um mês poderá haver exibição de filmes, no outro, exposições, depois exercícios zen [como ioga e tai chi chuan] e assim por diante", diz Milton Persoli, diretor de Parques e Áreas Verdes da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

No novo horário, a prefeitura pretende abrir ao público a região da marquise e dos museus (não está definido se eles irão funcionar). Isso equivale a um terço da área total do parque, de 1,5 milhão de metros quadrados.

Bruno Poletti/Folhapress
Casal em frente da fonte do Ibirapuera; parque ficará aberto de sábado para domingo
Casal em frente da fonte do Ibirapuera; parque ficará aberto de sábado para domingo

A pista de corrida, as quadras poliesportivas e demais áreas permanecerão fechadas nessas cinco horas adicionais (da 0h às 5h de domingo).

O estacionamento não acompanhará o novo horário do fim de semana. No sábado, os motoristas poderão entrar no parque até as 22h --hoje é possível entrar até perto de meia-noite.

A partir da meia-noite do sábado, os motoristas deverão retirar os carros.

O acesso, para pedestres, será pelos portões 1 e 2, que ficam próximos ao Obelisco.

"Os motoristas poderão estacionar em bolsões atrás da Assembleia Legislativa", afirma Persoli.

IMPACTO

Roberto Di Cillo, membro do Conselho Gestor do parque (que representa frequentadores e moradores do entorno), critica tanto o novo horário como o fechamento do estacionamento.

"A ampliação do horário trará impactos à fauna e à flora", diz. Para ele, a restrição do estacionamento vai inviabilizar o acesso de moradores de outras regiões.

A enfermeira Silvia Moraes, 41, frequentadora do parque, tem dúvidas sobre o novo horário. "Precisa ter muita segurança e mais iluminação", afirma.

Para o professor Pedro Paulo Funari, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Unicamp, a desvantagem é o aumento da sensação de insegurança.

"Precisa haver estudos e planejamento para reforçar a segurança. Sem isso, não há como garantir um usufruto seguro do ambiente", diz.

Mas ele vê vantagens na proposta. "Uma vida noturna mais diversificada, com a possibilidade de frequentar um ambiente agradável também à noite, é sinal de uma sociedade menos desigual."


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