Folha de S. Paulo


Contra 'desvio de conduta' de pilotos, Anac e FAB realizam operação no Norte

O desvio de conduta de pilotos, responsável por um terço dos acidentes aéreos do país em 2012, é um dos principais focos de operação realizada pela FAB (Força Aérea Brasileira) ao lado da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Cartorze aeródromos da região Norte do país passam por fiscalização desde domingo (1º) nos entornos de Manaus, Belém e Santarém (PA), com apoio da Polícia Federal e da Receita Federal.

A Operação Voe Seguro pretende enquadrar donos de aeronaves, aeródromos e pilotos por violações como falta de planos de voo, documentação e equipamentos irregulares e outras infrações, com blitze em aeronaves realizadas em pista. A operação reúne 60 inspetores da Anac e 40 militares da FAB.

"O desvio de conduta ocorre quando o piloto tem em mãos a informação prestada pelo departamento de controle aéreo, mas assume um risco de voo próprio", afirma Ubiraci da Silva Pereira, capitão da FAB especialista em controle de tráfego aéreo.

Operações da Anac em conjunto com a FAB não ocorriam desde a criação da agência, em 2005.

"Quando a Anac era DAC [Departamento de Aviação Civil], havia esse tipo de ação. Mas desde então a Anac passou a concentrar essas funções. Com o crescimento dos acidentes houve uma necessidade de se fazer a ação conjunta", disse.

Segundo o capitão, em 2012 o Brasil registrou cerca de 180 acidentes aéreos envolvendo aeronaves civis --incluindo a aviação regular, ou seja, as companhias aéreas-- ante 159 registados em 2011. O julgamento errôneo de piloto foi responsável direto por ao menos 33% dos casos.

No primeiro dia de operação, em Manaus, foram vistoriados 103 tráfegos aéreos e em 19 deles houve um "aprofundamento de investigação". Desde total, cinco notificações foram aplicadas.

A operação Voe Seguro começou em janeiro, em São Paulo, quando 350 abordagens em aeronaves foram feitas, e 92 delas acabaram impedidas de voar por apresentarem irregularidades.

Das 90 aeronaves abordadas nos dois primeiros dias de operação, 17 foram impedidas de voar e 20 receberam suspensão ou autuação; 210 planos de voos foram verificados e três autos de infração de tráfego aéreo emitidos.


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