Folha de S. Paulo


Em dia de protestos, São Paulo tem trânsito acima da média

São Paulo registra mais de 200 km de congestionamento na início da noite desta sexta feira (30) A cidade foi palco de diversos protestos ao longo do dia.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 23,7% das vias monitoradas estavam congestionadas às 18h30, o que equivale a 206 km. A média para o horário é de 185 km.

A via com maior trânsito é a marginal Tietê, sentido da rodovia Ayrton Senna, com 15,3 km de lentidão. Depois dela aparece a marginal Pinheiros, com 12,5 km no sentido do Interlagos e 9,3 km no sentido da rodovia Castelo Branco.

A avenida Paulista, na região central, registra 1,6 km de congestionamento. Mais cedo, a rua foi interditada nos dois sentido devido a uma manifestação de sindicalistas e professores estaduais. Ela terminou por volta das 18h.

PROTESTOS

Duas manifestações reuniram em torno de 1.500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, e fecharam vias da região da avenida Paulista, no final da tarde desta sexta-feira. O ato foi pacífico.

Um dos protestos reuniu professores estaduais na praça da República no início da tarde. O grupo seguiu em passeata pelas ruas da Consolação e Fernando de Albuquerque até chegar na avenida Paulista, onde se reuniram com uma outra manifestação, de centrais sindicais.

Promovido pela Apeoesp (Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o ato visava, entre outros, pressionar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a implementar a jornada do piso, que regula o tempo que professores ficam em sala de aula.

"A jornada do piso é regulamentada por lei mas ainda não foi implementada em São Paulo, diferentemente do que diz o secretário de educação", afirma Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeosp. "Queremos a implementação, mesmo que de forma paulatina".

Já as centrais sindicais, que se reuniam no Masp, protestaram contra projeto de Lei nº 4330/04, que trata da terceirização; pelo fim do fator previdenciário; 40 horas semanais sem redução de salário, 10% do PIB para a educação; 10% do orçamento da União para a saúde; transporte público e de qualidade; entre outros.

"Se não fizermos atos para cobrar, não vamos ver as exigências cumpridas", diz o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre. O ato previa uma passeata após o encontro do grupo com os professores, mas essa segunda categoria acabou atrasando, o que fez os organizadores optarem por manter o ato na Paulista.

Um pouco antes de concluir o protesto, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse "vamos deixar a Paulista limpa. De lixo, já chega o Alckmin". Mesmo assim, o local precisou passar por limpeza após o término do ato. Uma das garis que fazia a limpeza no local, e pediu para não ser identificada, disse que "falam tanto de educação, mas fazem isso [sujeira]".

OUTROS

No início da manhã, funcionários e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) fecharam o portão principal da Cidade Universitária em outro protesto contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O portão fica no cruzamento da avenida Afrânio Peixoto com rua Alvarenga, no Butantã, zona oeste da capital paulista.

Comandado pelo Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo), o ato também fazia parte do dia nacional de mobilização e paralisação por centrais sindicais. O ato deixou o trânsito na zona oeste complicado.

Já na cidade de Santos (no litoral de SP) ocorreram protestos em diferentes pontos, provocando bloqueios nos principais acessos à cidade ainda na madrugada. Durante a manhã, as interdições continuaram e vários estabelecimentos comerciais também fecharam.

O bloqueio da rodovia Anchieta também prejudicou os acessos às cidades de São Vicente e Guarujá. Houve bloqueios ainda na Imigrantes e na Bandeirantes por conta de protestos.

No interior de SP, houve protestos em Campinas (a 93 km de São Paulo) pela manhã e na tarde desta sexta-feira. O ato da manhã ocorreu no aeroporto internacional de Viracopos, e causou lentidão na região. Já à tarde, houve outro protesto no largo do Rosário, no centro da cidade.

Os protestos de centrais sindicais acontecem também em outras cidade do país, como Fortaleza, Vitória, Belo Horizonte, Curitiba, Londrina e Belém.


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