Folha de S. Paulo


Alckmin afirma que problema da saúde é financiamento federal

Em uma crítica indireta ao PT, principal adversário de seu partido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta sexta-feira (30) que o maior problema da saúde não é a falta de médicos, mas a falta de financiamento da área pelo governo federal.

A declaração ocorre em um momento em que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ocupa o noticiário com o programa Mais Médicos, que visa levar profissionais, inclusive estrangeiros, para trabalhar em áreas carentes no interior e na periferia das grandes cidades.

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O auxiliar de Dilma Rousseff deve ser o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2014, quando Alckmin tentará a reeleição.

Nesta sexta, em entrevista coletiva após anunciar a extensão de obras de uma linha do metrô paulistano, o tucano foi perguntado sobre o Mais Médicos e se tinha alguma iniciativa semelhante para preencher o déficit de profissionais.

"Mais médico é sempre bom, né? Precisamos é de bons médicos", respondeu Alckmin. "Agora, o grande problema da saúde é financiamento, porque a tabela do SUS [Sistema Único de Saúde] não é corrigida há quase uma década."

Segundo o governador, um médico recebe R$ 10 por consulta realizada pelo SUS. "Na iniciativa privada, está sobrando médicos. Falta no SUS porque a tabela não é corrigida. O governo federal diminuiu sua participação proporcional no financiamento da saúde. Há muita coisa para colocar o dedo na ferida."

Alckmin afirmou que a crise na saúde é "brasileira, nacional, e os Estados e municípios vão suprindo como podem".

Por duas vezes, o governador disse que a defasagem no financiamento federal ocorre há uma década, tempo que o PT ocupa o governo federal. Segundo o tucano, a queda de participação da União, proporcionalmente, foi de 10% em relação aos Estados e municípios, "que têm menos dinheiro, menos recurso que o governo federal".


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