Folha de S. Paulo


Brasil registrou desastres semelhantes ao de São Mateus nas últimas décadas

Desastres parecidos com o ocorrido em São Mateus, na zona leste de São Paulo, preencheram as páginas da Folha nas últimas duas décadas. E pelo menos nove deles tiveram grande repercussão.

Em 28 de janeiro de 1995, o desabamento do edifício Atlântico, localizado em Guaratuba (PR), provocou a morte de 29 pessoas e deixou outras nove feridas. De acordo com laudo divulgado pelo Instituto de Criminalística do Paraná no dia 11 de maio do mesmo ano, falhas no concreto e nas ferragens causaram o acidente.

Cerca de um ano e meio após o ocorrido no Sul do país, visitantes e funcionários do Osasco Plaza Shopping (Grande São Paulo) foram vítimas de uma explosão causada por vazamento de gás na área de alimentação. O impacto foi tão forte que parte do teto do local desabou . A tragédia deixou saldo de 42 mortos e mais de 400 feridos.

Outro grande acidente ocorreu no Carnaval de 1998, quando o edifício residencial Palace 2 veio abaixo na barra da Tijuca, área nobre do Rio, no dia 22 de fevereiro . A queda matou oito pessoas e deixou mais de 150 famílias desabrigadas. Parecer técnico detectou problemas no concreto dos pilares do residencial. O empresário e ex-deputado federal Sérgio Naia (morto em 2009), dono da construtora Sersan, foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a todas as famílias.

No mesmo ano, o teto de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, em Osasco (SP), caiu após uma viga se romper, matando 25 pessoas e ferindo mais de 400. No momento do acidente, havia cerca de 1.300 religiosos no local.

A década seguinte teve o ano de 2007 marcado por dois acidentes. Um deles ocorreu no maior canteiro de obras da linha 4-amarela do metrô paulistano, que, em 12 de janeiro, desabou no bairro de Pinheiros (zona oeste). A cratera engoliu 5 caminhões, rachou a rua, resultou na interdição de 80 imóveis e matou sete pessoas.

Já em 25 de novembro, durante o jogo em que o Bahia retornava à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA), registrou a queda do anel superior de uma das arquibancadas. A queda de 20 metros vitimou sete torcedores e deixou outros 65. Depois do acidente, o estádio foi interditado, implodido e depois reconstruído para a Copa de 2014.

Pouco mais de dez anos após o desastre na Igreja Universal, a cidade de São Paulo registrou outra tragédia em templo religioso. A cobertura da Renascer em Cristo, no Cambuci (região central), despencou sobre os cerca de 500 fiéis, deixando nove mortos e 106 feridos, no dia 18 de janeiro . A igreja foi onde o jogador Kaká se casou, em 2005.

Além da capital paulista, o centro do Rio mostrou-se fadado a tristes ocorrências. Depois do desmoronamento de um prédio que deixou cinco vítimas em 2010 , os cariocas viram prédios vizinhos, um com 20 andares, outro com 10 e um terceiro com 4, irem abaixo na noite de 25 de janeiro de 2012. O acidente ocasionou a interdição de várias ruas da região central.

De acordo com os bombeiros, uma obra no edifício Liberdade, o maior dentre os três, que não tinha qualquer tipo de registro no Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), de acordo com o presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do órgão, Luiz Antonio Cosenza, pode ter sido o estopim para a tragédia, que matou 19 pessoas e deixou outras três desaparecidas.


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