Folha de S. Paulo


Português de 70 anos diz que busca nova chance com Mais Médicos

Ao menos 19 médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior desembarcaram no Rio, na tarde desta sexta-feira, para participar do programa Mais Médicos. No total, 244 profissionais participarão do treinamento no país, sendo 99 brasileiros e 145 vindos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai, Rússia e Itália.

Aposentado há seis anos, o médico português Miguel Alpuim, 70, disse que veio para o Brasil "pela dificuldade de arrumar emprego com meia idade em Portugal".

"Estava parado porque Portugal está em crise. Assim que tive conhecimento deste programa me inscrevi. É uma excelente oportunidade de trabalho se não ia para o clube recreativo jogar cartas", disse Alpuim, que se for aprovado deve seguir para Gaspar, em Santa Catarina.

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"Pedi para ficar no Sul porque o clima parece com o nosso. Não gosto de calor", explicou o médico português.

Os profissionais começaram a chegar no Rio por volta das 15h30. Eles farão curso de três semanas a partir da próxima segunda-feira até o dia 13 de setembro. Posteriormente, poderão permanecer três anos no trabalho com bolsa de R$ 10 mil por mês.

Parte deles --68 profissionais-- receberá treinamento no Rio de profissionais de instituições públicas, ligados principalmente à UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). São Paulo receberá 47 médicos e Porto Alegre 40.

O português João Pinto, 28, disse que vê a proposta de trabalhar no Brasil como um novo desafio. Após treinamento, ele segue para clínicas municipais de Duque de Caxias, Baixada Fluminense.

"O Rio é uma nova experiência, um novo desafio. Já conhecia Rio e São Paulo. Sei que os brasileiros têm algumas gírias, mas não são difíceis de aprender. Espero também poder ajudar muitos brasileiros."

Sobre a resistência que podem enfrentar de médicos brasileiros insatisfeitos com o sistema de saúde, eles disseram se sentir tranquilos e acreditam que serão bem recebidos pelos colegas. "Penso que teremos oposições, mas tenho certeza absoluta que vão mudar de ideia quando nos verem trabalhar", disse a médica portuguesa Maria Teresa Aguiar, 59.


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