Folha de S. Paulo


Para mãe, interação é a única forma de quebrar preconceito

Tom tem apenas três anos, mas já teve de mudar de escola três vezes por problemas de adaptação.

Ele tem autismo em grau ainda não determinado. Mesmo assim, sua mãe, a jornalista Silvia Ruiz Mangalya, 43, defende que ele estude na educação regular, integrado com crianças de todos os tipos.

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"Sei que as escolas não estão preparadas para o Tom, mas penso que é preciso construí-las. Isso só é possível com ajuda de pais, professores e direção. Não dá para colocar o filho em sala de aula e achar que vão se virar para ensiná-lo", diz Silvia.

Danilo Verpa/Folhapress
Silvia e seu filho Tom, 3, que estuda em escola de educação convencional
Silvia e seu filho Tom, 3, que estuda em escola de educação convencional

Segundo a mãe, apenas com a interação será possível quebrar preconceitos e entender a diversidade.

"Estou certa de que o melhor caminho é ele estar em uma escola convencional", afirma.

"O Tom vai precisar encarar suas dificuldades, evoluir. Acompanho tudo de perto, ajudo os professores, converso com pais dos colegas dele. Faço tudo para combater os mitos em torno do autismo."

O menino tem problemas de comunicação, mas voltou a falar após a frequência às aulas.

Silvia diz que é preciso mostrar à escola quais são as necessidades em cada caso e ajudar na busca de soluções para o aprendizado do aluno.

Ela diz ser normal ter medo de que o filho possa sofrer na escola e a solução para isso é a proximidade.

"Não dá mais para manter a invisibilidade dos autistas. Nunca vai haver shopping especial só para eles, um mercado só para eles. Meu filho vai a todos os lugares."


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