Folha de S. Paulo


Governo quer agilizar acordos para trazer médicos estrangeiros

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) afirmou, nesta quarta-feira (14), que pretende fechar acordos bilaterais para alavancar a entrada de médicos estrangeiros no país pelo programa Mais Médicos, inclusive com Cuba, "o mais rápido possível".

Esses acordos, fechados diretamente com países, ONGs ou universidades, serão costurados paralelamente às inscrições individuais de médicos interessados, como foi feito na primeira etapa do Mais Médicos.

"Paralelamente às inscrições individuais, e o mais rápido possível, a depender da resposta dos parceiros, queremos oferecer para parceiros possíveis, mediados ou não pela OPAS [braço da ONU para as Américas], a possibilidade de uma cooperação bilateral para trazer médicos exclusivamente para os 1.577 municípios prioritários, com maior escassez de médicos, com foco nos 703 municípios que não tiveram qualquer escolha por parte dos cadastrados na primeira etapa", disse o ministro.

Segundo Padilha, o governo discute com Cuba, por exemplo, o perfil de médicos de interesse do Brasil.

Balanço divulgado, nesta quarta, pelo Ministério da Saúde revelou que 1.618 profissionais foram selecionados na primeira rodada do programa, sendo 1.096 médicos que já atuam no país, 358 estrangeiros que atuam no exterior e 164 brasileiros formados no exterior. A demanda dos municípios é por 15.460 profissionais.

A maior parte dos 522 que atuam no exterior virá da Argentina (141), Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45) e Venezuela (42). Nenhum dos 74 que atuam em Cuba, segundo Padilha, são cubanos --são brasileiros ou de outras nacionalidades.

"Vocês sabem que o processo de inscrição e participação em solidariedade internacional com Cuba é feito com acordos entre países, não é um processo de inscrição individual. Os 74 ou são brasileiros ou médicos da América do Sul e outras regiões", afirmou Padilha.

No início do debate sobre o Mais Médicos, Cuba ofereceu 6.000 médicos para o Brasil. Frente a muita polêmica, o governo brasileiro suspendeu as negociações e decidiu que a primeira rodada seria de inscrições apenas individuais.

Questionado sobre, nesse possível acordo com Cuba, quanto da bolsa de R$ 10 mil ficaria para o médico e quanto para Cuba, Padilha afirmou que nada está definido. "Existem regras próprias de cooperação com países e universidades, todos têm suas regras próprias, vamos ter que sentar para negociar com as regras que eles têm."


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