Folha de S. Paulo


Um terço dos profissionais contratados pelo Mais Médicos vem do exterior

Praticamente um terço dos participantes do programa Mais Médicos virá de outros países. Dos 1.618 inscritos, 522 médicos atuam no exterior.

A maior parte dos que atuam no exterior é de estrangeiros (358); os 164 restantes são brasileiros que se graduaram em outros países. Para virem ao país, esses profissionais precisam ainda validar sua documentação e obter os vistos.

Desses 522, 141 atuam na Argentina, 100 na Espanha, 74 em Cuba, 45 em Portugal e 42 na Venezuela, segundo balanço divulgado, nesta quarta-feira (14), pelo Ministério da Saúde. Ao total, são 32 países de atuação.

Governo quer agilizar acordos para trazer médicos estrangeiros
Realmente, precisamos de mais médicos

Os 1.618 médicos dessa primeira rodada do programa atenderão 579 cidades. Isso significa que o governo vai conseguir, até agora, atender a apenas 10,5% da demanda dos municípios por 15.460 médicos, e a 16,5% das 3.511 cidades inscritas no Mais Médicos.

O número de confirmados é significativamente menor do que o total de cadastrados no programa. Essa primeira rodada de seleções para o Mais Médicos teve a pré-inscrição de 18.450 profissionais, sendo que 16.530 deles já atuavam no Brasil (formados no país ou com diplomas já revalidados) e 1.920 eram médicos com atuação no exterior.

Uma nova rodada de seleções terá início na próxima segunda-feira (19).

O baixo índice de confirmações no programa levou o Ministério da Saúde a falar, diversas vezes nas últimas semanas, que investigava um eventual boicote dos médicos, que teriam se inscrito para desistir da participação num segundo momento. Já o CFM (Conselho Federal de Medicina) acusou falhas no sistema de inscrição do ministério, o que teria dificultado a inscrição de médicos brasileiros.

O Mais Médicos foi lançado pela presidente Dilma Rousseff em 8 de julho. Tem dois focos principais: 1) Levar médicos brasileiros e estrangeiros para a rede pública de saúde do interior e periferias de grandes cidades; 2) E ampliar o curso de medicina, com dois anos extra de serviços prestados no SUS.

Editoria de Arte/Folhapress

Alvo de críticas de entidades médicas, faculdades de saúde e parlamentares, o programa já teve a segunda proposta flexibilizada. Agora o governo avalia que o melhor seria tornar as residências médicas obrigatórias, com um ano de serviço na atenção básica do SUS.

RECEPÇÃO NO BRASIL

O ministério afirmou que já iniciou a emissão das passagens para 212 dos médicos que virão do exterior. Outros 310 ainda precisam da validação de documentos pelas embaixadas de seus países --uma das etapas necessárias para a participação do profissional no programa.

Em seguida, já no Brasil, eles serão avaliados durante três semanas em oito capitais (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza). Finalizada a avaliação em saúde pública brasileira e português, prevista para acabar em 13 de setembro, os médicos serão direcionados às cidades.


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