Folha de S. Paulo


Com nova faixa de ônibus, SP registra lentidão acima da média

No dia da inauguração de uma nova faixa exclusiva de ônibus no corredor norte-sul, a via registrava 8,8 km de congestionamento por volta das 17h30 desta segunda-feira. A faixa fica entre o túnel João Paulo 2º (Anhangabaú) e a avenida Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo.

Na primeira segunda-feira de junho, antes das férias escolares, a mesma via registrava 5,4 km de lentidão no mesmo horário. Às 17h30 de hoje, o congestionamento se estendia da praça da Bandeira até o viaduto República Árabe Síria, no sentido aeroporto.

Em toda a cidade, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) somava 83 km de lentidão, ou 9,5% dos 868 km de vias monitoradas. O índice ficou acima da média para o horário, que é de 7,1%.

Durante toda a manhã de hoje foi possível ver um longo congestionamento tanto para quem utilizava a via tanto no sentido zona sul quanto para quem tinha como destino o centro da cidade.

A reportagem da Folha percorreu, durante a manhã, o corredor composto pelas avenidas 23 de maio, Rubem Berta, Moreira Guimarães e Washington Luís tanto no sentido centro quanto no sentido zona sul. O pior caminho foi do aeroporto de Congonhas até o centro.

No total a viagem, que pode ser percorrida em cerca de 20 minutos, demorou ao menos uma hora e meia. Só para vencer um trecho de 4,3 km entre a avenida Santa Catarina e a alça de acesso à Ascendino Reis, na região do viaduto Indianópolis, pela avenida Moreira Guimarães, foram necessário 40 minutos.

Apu Gomes/Folhapress
Congestionamento na avenida Moreira Guimaraes, sentido centro de São Paulo
Congestionamento na avenida Moreira Guimaraes, sentido centro de São Paulo

No sentido contrário a reportagem levou cerca de 35 minutos para percorrer o trecho entre o centro e a região do aeroporto de Congonhas. Durante o trajeto, foi possível ver diversos motoristas desrespeitando a sinalização que proíbe o tráfego na via e até congestionamento de carros no trecho dedicado exclusivamente aos coletivos.

O taxista Marcos Vinícius Barbosa, 30, acredita que a política de segregação de faixas para os coletivos é necessária, porém ele pede que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) amplie a restrição para que os taxistas também possam utilizar da via livre. "O tempo de viagem cresceu muito. Vou evitar o trecho do corredor norte/sul se possível", disse.

Para o empresário Eliezer Cavallini, 36, a iniciativa de restringir o tráfego de veículos em uma das faixas do corredor norte/sul foi feito sem critério. Dono de um posto de combustível na avenida Ascendino Reis, ele disse que há faixas pintadas de maneira errada na via.

"Eu vi o projeto e tem pontos onde a faixa precisava ser tracejada e é contínua. Já acionei a CET e espero que eles façam alguma coisa", disse.

O secretário Jilmar Tatto disse hoje que a nova faixa precisa de ajustes, mas que a ideia está correta. Ele avaliou o primeiro dia como bom, mas assumiu que há alguns ajustes a serem feitos principalmente na rede semafórica da avenida Moreira Guimarães.

De acordo com a CET, o fim das férias escolares fez com que a cidade recebesse cerca de 3,8 milhões de carros a mais. O volume é 20% superior ao número de veículos encontrados nas ruas e avenidas de São Paulo em julho.

Com a faixa exclusiva inaugurada nesta segunda-feira no corredor norte/sul, a cidade de São Paulo tem agora 222 km de faixas exclusivas para ônibus. 100 km foram implantados em 2013.


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