Folha de S. Paulo


Beltrame critica anistia a PMs do Rio e diz que pedirá explicações

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista coletiva na manhã deste domingo (4) ter sido surpreendido pela decisão do comandante da PM, Erir da Costa Filho, de anistiar todos os policiais que receberam punições disciplinares entre 4 de outubro de 2011 e a última quinta-feira (1). Beltrame disse que pedirá explicações ao comandante e cogitou a hipótese de anular o ato --que, segundo a PM, atingiria apenas "casos de menor potencial ofensivo".

"Da maneira como foi colocado, eu não gostei. A Polícia Militar sabe o que significa delito administrativo de menor potencial, mas a sociedade não sabe. Precisamos esclarecer isto para a sociedade. Eu aguardo explicações da PM para que tenhamos isso muito claro e transparente", disse Beltrame durante sua visita ao Complexo da Mangueirinha, no município de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), região que foi ocupada na última sexta pela PM.

Com a anulação das punições, os policiais detidos serão soltos e poderão voltar a trabalhar nas ruas. Na ficha funcional, a menção à ocorrência será mantida, mas agora sem consequências práticas. PMs que tiveram a prisão decretada pela Justiça serão mantidos presos.

CASO AMARILDO

Beltrame também foi questionado sobre o impacto que o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, e os ataques do tráfico contra duas sedes do grupo
AfroReggae, no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, poderiam ter na imagem das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Segundo o secretário, os incidentes não afetam a avaliação positiva do projeto de pacificação.

"Na Rocinha, tivemos um incidente sério e grave, que vamos apurar, a divisão de homicídios está trabalhando diariamente. Cinco anos atrás, você não poderia fazer um local de crime dentro da Rocinha ou do Complexo do Alemão. Se a gente quer avançar, não pode esquecer que houve um ganho substancial. Quantos casos tivemos nesses locais em que as pessoas foram consumidas pelo 'microondas' [fogueira feita com pneus] e os familiares não podiam nem ir a uma delegacia reclamar o corpo?", disse Beltrame.

Com Agência Brasil


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