Folha de S. Paulo


Havia indícios de que presos guardavam armas no Carandiru, diz defensora

A advogada Ieda Ribeiro de Souza afirmou na última etapa do debate entre Promotoria e defesa que havia indícios de que presos guardavam armas na Casa de Detenção. Ela será a última a falar antes da reunião do conselho de sentença que irá definir o destino dos 25 PM, acusados de matar 52 presos no segundo andar do pavilhão 9 em 1992.

Ela citou um ofício do então presidente do sindicato dos funcionários do sistema prisional, Darci da Silva, em que ele afirmava que dias após o massacre os detentos guardavam mais armas do que as 13 que haviam sido apreendidas no episódio. Os detentos guardariam ainda bananas de dinamite e um fuzil.

Os promotores questionaram, então, se essas armas haviam sido apreendidas. E ela respondeu: "espero que sim".

O ofício, afirma ela, também apontava indícios de corrupção de funcionários da Casa de Detenção, que receberiam dinheiro para liberar visitantes das revistas íntimas. Ela mostrou cenas do filme "Salve Geral", que fala da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que ilustrava a corrupção de agentes, que permitiam a entrada de celulares nos presídios.

O debate ainda deve prosseguir até por volta de 23h. Depois, os jurados se reunirão na sala secreta e terão que responder a 7.300 perguntas, que determinarão se os policiais são culpados ou inocentes.


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