Folha de S. Paulo


Jurados do caso Carandiru vão ter que responder a 7.300 perguntas

Para determinar se os 25 policiais militares julgados nesta semana pelo massacre do Carandiru são culpados ou inocentes, os sete jurados do caso terão que responder a 7.300 perguntas. O resultado deve sair apenas na madrugada de sábado.

Após a fase de debates, os jurados se recolherão na sala secreta, onde responderão a perguntas formuladas pela Justiça. A acusação e a defesa já tiveram três horas cada para falar e ainda poderão fazer a réplica e a tréplica --quando a Promotoria e defesa terão mais duas horas cada para expor seus argumentos.

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Para cada um dos 25 PMs acusados, os jurados terão que responder quatro perguntas sobre cada uma das 73 mortes ocorridas neste andar do pavilhão: se houve crime (quesito chamado de materialidade), se o PM cometeu aquele crime (autoria), se o jurado absolve aquele PM (absolvição) e se houve emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

O Ministério Público já pediu a absolvição dos PMs por 21 das 73 mortes ocorridas, por não haver indícios de que elas foram cometidas por eles. Se forem condenados pelas 52 restantes com o mesmo tempo de pena dos policiais da primeira etapa do julgamento (12 anos por cada homicídio), a pena pode chegar a 624 anos para cada policial.

Essa é a segunda etapa do julgamento do massacre. A primeira fase aconteceu em abril e resultou na condenação de 23 PMs. Apenas três policiais foram absolvidos na ocasião --sendo dois porque não haveria indícios de participação e outro que teria agido em outro andar do presídio.


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