Folha de S. Paulo


Após depoimento de réus, júri do Carandiru deve acabar sexta

Após a apresentação de dois vídeos aos jurados, terminou por volta das 22h30 desta quinta-feira o quarto dia do julgamento do massacre do Carandiru. A sessão demorou nove horas, sendo que seis delas foram destinadas ao depoimento de um dos 25 réus do processo, o tenente-coronel Salvador Modesto Madia.

Amanhã serão iniciados os debates. Os trabalhos devem iniciar às 10h. Promotoria e defesa terão três horas para apresentar sua tese de acusação. A defesa terá o mesmo tempo.

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Após isso, cada um poderá apresentar a réplica, por duas horas. Na sequência, os sete jurados se reúnem em uma sala secreta e decidem se os 25 policiais são responsáveis por 73 das 111 mortes no Carandiru.

Nesta quinta-feira, os promotores também apresentaram, por 37 minutos, uma série de reportagens sobre os 111 homicídios no presídio assim como matérias televisivas que mostram a violência da PM.

Já a defesa, apresentou um vídeo de 35 minutos exaltando a atuação da Polícia Militar, depoimentos dizendo que não houve massacre no Carandiru e, entre outros, o discurso de um ex-comandante-geral da PM, o coronel Roberval França. Ele saiu do cargo em outubro do ano passado, dias após o então secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, ser demitido por conta das seguidas altas dos homicídios no Estado.

A acusação e a defesa dispensaram a leitura dos documentos que estava prevista para hoje.

A primeira fase aconteceu em abril e resultou na condenação de 23 PMs. Apenas três policiais foram absolvidos na ocasião --sendo dois porque não haveria indícios de participação e outro que teria agido em outro andar do presídio.


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