Folha de S. Paulo


Residência obrigatória tem 'respaldo grande' de médicos, diz ministro

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta quinta-feira (1º) que a decisão de estabelecer uma residência médica obrigatória após a conclusão do curso de medicina teve amplo apoio de atores da saúde.

Ontem, o governo oficializou a desistência de ampliar, de seis para oito anos, o tempo da graduação de medicina. Ao mesmo tempo, passou a defender a obrigatoriedade da residência após esse período. A regra, se aprovada pelo Congresso Nacional, passa a valer a partir de 2018. A intenção ainda é que o primeiro ano da especialização seja feito na atenção básica.

CFM critica 'improviso' do governo nas inscrições do Mais Médicos
Justiça Federal nega pedido para suspender o programa Mais Médicos

"[Essa posição] parte de um respaldo muito grande da área médica. É uma proposta que vai surgir com muita força e com grande apoio também dos reitores das universidades federais. Nós já tivemos 41 universidades que aderiram ao projeto e essa proposta faz um ajuste partindo daquilo que foi a medida provisória", disse Mercadante na manhã de hoje após participar de evento em Brasília.

Ontem, no entanto, a mudança sugerida provocou reação contrária. A Fenam (Federação Nacional dos Médicos) divulgou nota afirmando que a mudança foi "tênue". "A última reforma do currículo do curso de medicina levou oito anos, entre sugestões, estudos e seminários", argumentou no texto.

Mercadante lembrou que a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de 12,4 mil novas vagas de residência. Hoje, a estimativa é de que enquanto há 15 mil formandos, as vagas disponíveis para especialização são de 11.250.

"Se você falar [para tornar obrigatória a residência] hoje, não [dá]. Mas o projeto é daqui até 2017. São cinco anos de investimento para garantir que todos os estudante de medicina possam ter acesso pleno à residência", disse Mercadante.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) classificou de "crítica absolutamente inconsistente e vazia" a reclamação do CFM sobre falhas no sistema de inscrições.

"Só para vocês terem uma ideia, 90% dos CRMs tidos como inválidos por nós tinham como número zero zero zero traço traço traço. Não era uma confusão de números", disse Padilha em coletiva nesta quinta.

"E usamos exatamente o mesmo padrão [com acentuação] do banco de dados do CFM, com a base atualizada em 26 de julho", completou o ministro.


Endereço da página:

Links no texto: