Folha de S. Paulo


Polícia detém 8 após manifestação violenta na avenida Paulista

Oito pessoas foram detidas na região central de São Paulo após um protesto em apoio às manifestações cariocas contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) terminar em vandalismo na noite de ontem.

Dos oito detidos, seis já foram liberados pois a polícia não encontrou provas que os ligassem aos atos de depredação na região, segundo a Polícia Militar.

Outros dois foram encaminhados à Polícia Federal pois foram encontrados com oito cartões clonados dentro uma agência da Caixa Econômica Federal.

A Polícia Militar não soube confirmar se os dois detidos faziam parte da manifestação ou se aproveitaram do protesto para usar os cartões clonados.

BLACK BLOC

O ato reuniu cerca de 300 pessoas, segundo a PM. A maioria era adepta da estratégia de protesto anticapitalista "black bloc", que prega a destruição do patrimônio privado.

Os manifestantes --muitos mascarados e de preto-- depredaram 13 bancos, a estação Trianon-Masp, uma loja de carros, semáforos e um furgão da TV Record.

A polícia só interveio uma hora depois. "A orientação é não causar confronto", disse à Folha um soldado.

Os manifestantes se concentraram por volta das 18h no vão-livre do Masp. De lá, saíram em marcha no sentido Paraíso, tendo à frente uma faixa com os dizeres "Vaza Cabral".

Um grupo abriu outra faixa que dizia "Fora Alckmin". Foi repreendido por outros participantes, com o argumento de que a pauta do dia era o governador do Rio, mas conseguiu aval para seguir.

Outro grupo puxou gritos de "Alckmin, pode esperar, a tua hora vai chegar".

"O povo do Rio hoje não pode ter voz. Mas quero dizer que essa manifestação é pacifica", disse um rapaz, sendo vaiado e sufocado pelos gritos de "sem pacifismo".

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O vandalismo começou assim que o ato deixou o Masp, às 19h. Um grupo arrancou o corrimão de uma agência do Itaú e o usou para destruir a fachada deste e de outros bancos. Em algumas agências foram destruídos computadores, mesas e cadeiras.

Apesar dos gritos de "só banco", eles depredaram equipamentos públicos, como semáforos, relógios e canteiros. Cabines da PM foram arrancadas e usadas como escudos.

A marcha seguiu pela av. 23 de Maio. Manifestantes invadiram um ônibus e o atravessaram no meio da pista Congonhas, bloqueando-a.

A PM só atuou quando a marcha já estava na 23 de Maio, lançando bombas de gás contra o grupo atacou o furgão da Record. A corporação negou que tenha demorado a agir. Disse que chamou reforços quando notou que o protesto deixou de ser pacífico.

Convocado pelo Facebook há uma semana, o ato ocorreu em outras capitais, como Porto Alegre.


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