Folha de S. Paulo


Manifestantes dispersam e av. Paulista é liberada após ato em SP

O trânsito na avenida Paulista, no centro de São Paulo, foi liberado por volta das 21h30 desta sexta-feira após o protesto que reuniu cerca de 300 pessoas em um ato contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e a repressão policial ocorrida durante a visita do papa Francisco.

O ato teve início por volta das 18h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, passou pela avenida 23 de Maio, pela avenida Brigadeiro Luís Antônio e retornou para a Paulista, onde o grupo dispersou.

Manifestantes depredam concessionária em SP; PM usa bombas
Manifestantes depredam e picham agências bancárias da av. Paulista
Manifestantes usam ônibus para fechar pista da av. 23 de Maio

O ato começou de forma pacífica no início da noite, no vão livre do Masp. Algumas pessoas, porém, passaram a pichar agências bancárias, estações de metrô, semáforos e até carros que passavam pelo local. No início, policiais que passavam pelo local evitavam reprimir os atos de vandalismo.

Os manifestantes usaram pedras e outros objetos para quebrar os vidros e entrar na concessionária, quando começaram a depredar inclusive os carros da loja. Carros da Polícia Militar então se aproximaram do local e usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Ainda não há informações de feridos.

Os manifestantes também pedem explicações para o sumiço do pedreiro Amarildo Dias da Silva, 42, que desapareceu após uma ação policial na favela da Rocinha. Ele desapareceu após ser levado por policiais militares de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Organizadores do ato disseram que os black blocs (grupo de anarquistas que prega a depredação do patrimônio publico e privado nos protestos) se infiltraram no ato organizado por eles, que era pacifico.

"Nosso ato era somente para protestar contra a violência policial no Rio de Janeiro e o sumiço do Amarildo. Não pregamos a violência, mas a partir de um momento, os black blocs começaram a entrar no ato e quebrar tudo", disse um manifestante que não quis se identificar, mas disse ser um dos organizadores.

Convocada pelas redes sociais, a manifestação tem punks e integrantes dos black blocs. O protesto intitulado "apoio aos irmãos e irmãs Cariocas" foi anunciado também nas redes sociais em outras capitais, como Belo Horizonte, Florianópolis e Salvador.


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