Folha de S. Paulo


Cidades inscritas no Mais Médicos pedem 15.460 profissionais ao governo

Balanço da primeira rodada de inscrições no programa Mais Médicos, divulgado nesta sexta-feira (26) pelo governo, identificou a demanda por 15.460 médicos em 3.511 cidades do país. Em contrapartida, 3.123 médicos finalizaram sua inscrição até o final de quinta-feira (25).

O prazo para o término da inscrição (com o envio da documentação completa) se encerraria na noite de quinta-feira (25), mas foi ampliado pelo Ministério da Saúde pelo grande volume de inscrições não finalizadas. Assim, os médicos ainda podem ajustar o cadastro até a noite de domingo (28).

Os dados apresentados pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde) mostram que a prometida sabotagem ao programa pode ter, de fato, ocorrido. Nas duas semanas em que o edital para inscrição no Mais Médicos ficou aberto, mensagens difundidas nas redes sociais orientavam para que médicos se inscrevessem em massa, mas não finalizassem a inscrição, como forma de tumultuar o programa.

Entre as 18.450 inscrições, 8.307 apresentaram inconsistência no número do CRM (Conselho Regional de Medicina) e precisam ser ajustadas até este domingo (28), segundo Padilha. Nesses casos, o número do CRM não foi informado, ou o número informado não bate com o nome do médico registrado nos conselhos regionais.

Filtros contra a eventual sabotagem também encontraram 1.270 inscrições de médicos que atualmente cursam uma residência médica. Até domingo, esses candidatos deverão informar se pretendem deixar ou não a residência médica. Segundo o próprio ministro, a expectativa é só que uma minoria troque a residência pelo Mais Médicos.

Apesar da pequena proporção de inscrições finalizadas, o ministro da Saúde se empenhou em mostrar animação com o programa.

"Conseguimos, em 15 dias, uma adesão bastante importante. Mais de 3.500 municípios mostraram que faltam médicos na atenção básica e estão acreditando nessa solução concreta que o governo federal busca apresentar", disse Padilha.

Essa foi a primeira rodada de inscrições. Em 15 de agosto, terá início uma nova rodada de seleções.

O programa foi lançado pela presidente Dilma Rousseff, via medida provisória, em 8 de julho. O programa tem dois eixos centrais: pretende levar médicos brasileiros e estrangeiros a cidades do interior e a periferias das grandes cidades; e ampliar o curso de medicina, com dois anos extra de serviços prestados no SUS.

Desde então, o Mais Médicos conquistou críticas de médicos, parlamentares e escolas de medicina.

Das 3.511 cidades inscritas, 1.449 são tidas como prioritárias pelo governo (pelo maior grau de vulnerabilidade social). O número significa que houve adesão ao programa de 92% das cidades prioritárias.

ESTRANGEIROS

Segundo o balanço divulgado pela Saúde, 1.920 inscritos têm registros de atividade médica em 61 países --podendo ser brasileiros ou estrangeiros.

Segundo o ministério, a maior parte deles atua hoje em Portugal, Espanha e Argentina. Também há profissionais que atuam em Cuba, mas a pasta não detalhou quantos.


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