Folha de S. Paulo


Réu já havia 'mexido' com ela, diz ex-namorado de Bianca

O motoboy Sandro Dota, acusado de matar a cunhada, Bianca Ribeiro Consoli, 19, já havia "mexido" com a jovem. A afirmação foi dada por Bruno Barranco, namorado de Bianca na época do assassinato --setembro de 2011-- durante o segundo dia do julgamento que ocorre desde ontem no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

"Bianca me disse uma vez que Sandro já havia mexido com ela", relatou Barranco.

Réu tinha arranhão no braço após morte de Bianca, diz investigador
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Na época do crime, Bruno Barranco chegou a ser investigado pela polícia. Hoje, em depoimento, ele afirmou que ajudou nas investigações.

Antes de Barranco, a perita Angélica de Almeida depôs no julgamento --ela elaborou o laudo necroscópico sobre o corpo da vítima.

Segundo a perita, Bianca morreu por asfixia e lesões em seu corpo indicaram que houve luta corporal entre a jovem e seu assassino.

"O exame indica uma probabilidade de Bianca ter sido estuprada, mas não dá para ter absoluta certeza disso", afirmou Angélica de Almeida.

1º DIA

Ontem, o investigador Mauríciu Vestyik afirmou, em depoimento, que o motoboy presentava arranhões nos braços e outros ferimentos na perna após o crime.

Vestyik foi a terceira testemunha a depor. Ele apontou ainda que o sangue colhido na calça de Dota durante as investigações era compatível com a pele encontrada sob as unhas de Bianca.

Durante as investigações, Dota não tinha aceitado fornecer à polícia seu material biológico para fazer a comparação com a pele encontrado nas unhas de Bianca. A polícia, porém, conseguiu fazer a comparação com o material biológico retirado das roupas que ele usara no dia do crime, que confirmou a compatibilidade.

Reprodução/Facebook
A estudante Bianca Ribeiro Consoli, 19, foi assassinada em sua casa, em 2011, na zona leste de São Paulo
A estudante Bianca Ribeiro Consoli, 19, foi assassinada em sua casa, em 2011, na zona leste de São Paulo

Mais cedo, depôs delegada Gisele Priscila Capello Lelo, que disse que "o que motivou o crime foi o interesse sexual do réu pela vítima, que nunca foi correspondido." Ela também afirmou que todos os elementos colhidos na investigação apontavam para Sandro como culpado e que ela o indiciaria mesmo sem o exame de DNA.

A primeira testemunha a depor foi a mãe da jovem, Marta Maria Consoli. Muito emocionada, ela contou como encontrou o corpo da filha após o crime. Ela também disse que Dota tinha a chave da casa porque usava a máquina de lavar roupas, e acrescentou que Bianca e seus netos não gostavam dele.

Marta afirmou ainda que após o crime, soube que o genro assediava Bianca, além de outras mulheres do bairro, mas passou a desconfiar dele como autor do crime apenas após os laudos periciais que analisaram a roupa dele. O exame de DNA confirmou que o material encontrado sob as unhas da vítimas era dele.

O CASO

Bianca foi morta na noite de 13 de setembro de 2011, na casa onde vivia com seus pais, na zona leste de São Paulo. Ela foi encontrada com um saco plástico na cabeça e sinais de enforcamento.

Os pais de Bianca estavam trabalhando e ela estava sozinha em casa quando foi assassinada. A tia dela, que mora ao lado, estranhou ao ver as janelas da casa abertas, com todas as luzes e TVs ligadas. O portão estava trancado.

Quando a mãe da jovem chegou, chamou um primo de Bianca, de 10 anos, para pular o portão e abri-lo por dentro.

Os familiares, então, entraram na casa e encontraram a jovem estendida na sala, perto de uma porta que dá acesso à sacada. Alguns móveis da casa estavam revirados, mas nada foi roubado.


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