O motoboy Sandro Dota, acusado de matar a cunhada, Bianca Ribeiro Consoli, 19, apresentava arranhões nos braços e outros ferimentos na perna após o crime ocorrido em setembro de 2011. A afirmação é do investigador Mauríciu Vestyik, durante depoimento no julgamento do crime.
Vestyik foi a terceira testemunha a depor nessa terça-feira, primeiro dia de júri no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Ele apontou ainda que o sangue colhido na calça de Dota durante as investigações era compatível com a pele encontrada sob as unhas de Bianca.
Bianca não correspondia interesse do cunhado, diz delegada
Durante as investigações, Dota não tinha aceitado fornecer à polícia seu material biológico para fazer a comparação com a pele encontrado nas unhas de Bianca. A polícia, porém, conseguiu fazer a comparação com o material biológico retirado das roupas que ele usara no dia do crime, que confirmou a compatibilidade.
O julgamento foi encerrado por volta das 22h30 e deve ser retomado por volta das 10h de terça-feira. Ao todo, serão ouvidas 18 testemunhas, sendo cinco de acusação, oito de defesa, duas arroladas pelas duas partes e outras três convocadas pela juíza Fernanda Afonso de Almeida.
Reprodução/Facebook | ||
A estudante Bianca Ribeiro Consoli, 19, foi assassinada em sua casa, em 2011, na zona leste de São Paulo |
Mais cedo, depôs delegada Gisele Priscila Capello Lelo, que disse que "o que motivou o crime foi o interesse sexual do réu pela vítima, que nunca foi correspondido." Ela também afirmou que todos os elementos colhidos na investigação apontavam para Sandro como culpado e que ela o indiciaria mesmo sem o exame de DNA.
A primeira testemunha a depor é a mãe da jovem, Marta Maria Consoli. Muito emocionada, ela contou como encontrou o corpo da filha após o crime. Ela também disse que Dota tinha a chave da casa porque usava a máquina de lavar roupas, e acrescentou que Bianca e seus netos não gostavam dele.
Marta afirmou ainda que após o crime, soube que o genro assediava Bianca, além de outras mulheres do bairro, mas passou a desconfiar dele como autor do crime apenas após os laudos periciais que analisaram a roupa dele. O exame de DNA confirmou que o material encontrado sob as unhas da vítimas era dele.
Dota está preso desde 2011 e responde por homicídio triplamente qualificado --meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.