Folha de S. Paulo


Gestão Haddad adia construção de túnel na av. Sena Madureira

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou ontem que retirou mais um túnel, projetado pela administração anterior, de Gilberto Kassab (PSD), da sua lista de prioridades de obras.

O túnel no cruzamento das avenidas Sena Madureira e Domingos de Moraes, na zona sul de São Paulo, está orçado em R$ 219 milhões, dinheiro suficiente para implantar aproximadamente 20 km de corredores de ônibus.

Os valores são referentes ao ano de 2010, quando o túnel foi apresentado.

O projeto previa a construção de duas passagens subterrâneas, de 400 metros e 590 metros, respectivamente.

A ligação seria feita entre as avenidas Sena Madureira e Ricardo Jafet, o que eliminaria um gargalo existente no cruzamento com a Domingos de Moraes, facilitando a chegada ao ABC paulista.

O objetivo da proposta é construir um acesso direto das regiões sul e sudeste, nos eixos das avenidas Rubem Berta, Ibirapuera, Santo Amaro, Juscelino Kubitschek e Brasil, com a sudoeste, nas avenidas Ricardo Jafet, Dom Pedro e do Estado. Não são previstas desapropriações de áreas privadas.

A expectativa de Kassab era entregar a obra em 2012.

ÁGUA ESPRAIADA

Na semana passada, a prefeitura retirou o túnel da Água Espraiada, na zona sul, da sua lista de prioridades.

A obra é considerada polêmica porque tem um custo oficial de R$ 2,2 bilhões. O valor inclui um parque de 600 mil metros quadrados e a desapropriação de mais de 8.000 famílias na região.

Nos dois casos, a versão oficial é de que as obras não estão canceladas, mas apenas adiadas. Na prática, entretanto, existe uma vontade política de não fazer a construção dos dois túneis.

No caso da obra da Sena Madureira, ela não está no plano de metas de Haddad e também não tem recursos previstos no Orçamento, segundo a prefeitura.

A construção de túneis é criticada por especialistas em urbanismo. Para os técnicos, são obras caras, que beneficiam apenas o transporte individual em detrimento do transporte público.

A obra da Água Espraiada, por exemplo, é um dos projetos viários mais caros gerados pela equipe de Kassab.


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