Folha de S. Paulo


Brasília tem ato contra vetos ao Ato Médico e contratação de estrangeiros

Um grupo de cerca de 200 médicos interrompeu, por cerca de uma hora, uma faixa da via W3 Sul, em frente ao Hospital Sarah Kubistchek, no centro da capital federal. O grupo protestou contra os vetos da presidenta Dilma Rousseff (PT) ao Projeto de Lei 268/2002, o chamado Ato Médico, e contra a contratação de profissionais estrangeiros sem a aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida).

A manifestação, que ocorreu em paralelo a outras organizadas nesta terça-feira em todo o país, deixou o trânsito lento. Muitos motoristas, no entanto, buzinavam em apoio aos médicos.

Para o presidente da Associação Brasiliense de Médicos Residentes, Rafael Vinhal, os vetos ao Ato Médico ferem competências restritas. "Com os vetos, o Ato médico não adianta nada para o movimento médico, uma vez que eles foram, principalmente, em relação a diagnóstico e tratamento, gerência de serviços médicos e prescrição de órteses e próteses. Esses tipos de procedimentos são atos privativos de médicos".

Vinhal explicou ainda que a aprovação integral do texto apenas manteria o cenário atual da área de saúde. "Se o Ato Médico fosse aprovado na íntegra, nada mudaria. Continuaria tudo do jeito que já é feito hoje."

O médico Dimitri Homar, do CRM-DF (Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal), alertou para a entrada de estrangeiros sem o Revalida. Segundo ele, a medida do governo é perigosa. "Estamos fazendo isso pelos brasileiros. O povo não é bicho, merece ser tratado por médicos com competência comprovada, e não por médicos que nem podem atuar em Cuba. São médicos tipo exportação".

Homar também criticou a medida do governo que estende o Revalida para estudantes brasileiros. "Isso é uma jogada de marqueteiros do governo, é jogo político. Os médicos brasileiros já mostraram sua capacidade", disse.


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