O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse nesta terça-feira que em dez dias vai anunciar mudanças no Denarc (departamento de narcóticos).
O departamento foi palco de um escândalo que levou à prisão, ontem, dois delegados e cinco investigadores suspeitos de vender informações para traficantes de drogas.
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No fim da tarde, Grella participou de uma reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tratar das mudanças. Pela manhã, o governador disse haver "tolerância zero em qualquer caso de desvio".
"Polícia aliado de bandido é bandido ao quadrado. Xadrez neles. Não há a menor hipótese de tolerância. Agir rapidamente, tirar da polícia, processo civil e penal", afirmou.
O secretário disse que a reunião tratou apenas de diretrizes, mas admitiu que entre as mudanças considera uma revisão do efetivo do Denarc --que tem hoje quase 400 policiais.
"Discutimos nessa reunião diretrizes para a reformulação do Denarc, que é um departamento que precisa evidentemente de mudanças, para termos uma remodelagem inclusive quanto aos mecanismos de controle e outros meios que garantam melhores resultados. Vamos definir em reuniões de trabalho e divulgaremos dentro de dez dias essas mudanças", afirmou.
Grella chamou de "foragidos" os seis policiais suspeitos de envolvimento com o tráfico que não foram presos anteontem, e divulgou suas fotos.
"Conclamamos a população, por meio do Disque-Denúncia, para nos ajudar na localização desses policias, que representam uma minoria que macula a imagem da Polícia Civil e os bons policiais que prestam um serviço digno, útil e relevante para a sociedade."
O diretor do Denarc, Marco Antônio de Paula Santos, disse ser favorável à redução do efetivo. Ele defende que o departamento reduza as operações de apreensão de drogas e se concentre em serviços de inteligência.
Também disse que haverá mudança na rotina do policial, que passará a seguir um roteiro pré-definido, será acompanhado pelos superiores, e terá que justificar qualquer alteração no roteiro.