Folha de S. Paulo


PM do Choque será afastado por excessos em manifestações no Rio

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, disse nesta terça-feira que vai afastar um policial do Batalhão de Choque da PM por excesso de força nas recentes manifestações populares no Rio. O nome do agente não foi revelado.

De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o comandante determinou que os policiais militares reduzam o emprego de bombas de gás lacrimogêneo durante as tentativas de dispersar manifestantes exaltados.

A decisão pelo afastamento de um PM aconteceu um dia após reunião entre Erir Ribeiro Costa Filho, o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, o delegado da Polícia Civil Zaqueu Teixeira, e integrantes de entidades de Direitos Humanos.

Depois do encontro, Teixeira admitiu que a Polícia Militar cometeu excessos nas manifestações que vêm ocorrendo na cidade. "Houve excessos no uso de gás [lacrimogêneo] e de outros equipamentos não letais. Precisamos que ele [policial militar] possa dosar e fazer uso moderado da força. Junto com a secretaria de Segurança Pública, vamos criar um grupo de trabalho que possa regular o comportamento desses policiais, com normas de procedimento", disse o secretário.

Segundo ele, em 30 dias serão anunciadas mudanças na grade curricular da polícia. Um grupo de trabalho será criado para trabalhar nesta mudança.

A reunião aconteceu a pedido de ONGs e grupos voltados para a defesa de Direitos Humanos. As entidades lembraram a ação policial em 16 de junho, pouco antes do jogo entre México e Itália, no Maracanã, pela Copa das Confederações.

Na ocasião, os PMs perseguiram os manifestantes até a Quinta da Boa Vista, parque na zona norte do Rio. Na ação, os PMs chegaram a jogar gás lacrimogêneo próximo às famílias.

"Chegou-se à conclusão de que alguns procedimentos precisam ser aperfeiçoados", afirmou o secretário. Zaqueu Teixeira também quer que os policiais mantenham sempre o seus nomes estampados na farda.

O policial que escondê-lo durante os protestos será punido, garantiu o comandante-geral da PM ao secretário. A hora e local devem ser anotados e passados à corregedoria interna da corporação.


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