Folha de S. Paulo


PF vai indiciar três por danos ao Itamaraty durante protestos

A Polícia Federal vai indiciar três manifestantes acusados de participar do quebra-quebra no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, no protesto do dia 20 de junho.

Flagrados em fotos e vídeos, Domivan Pereira de Almeida, 18, Samuel Ferreira Souza de Jesus, 19, e Cláudio Roberto Borges de Souza, 32, devem responder a processo por dano ao patrimônio público federal.

Reparos no Itamaraty após manifestação terão custo de R$ 18 mil

A pena para esse tipo de crime cometido com violência ou uso de substância explosiva varia de seis meses a três anos de detenção. Investigações preliminares indicam que a motivação dos três não foi ideológica.

A Folha apurou que os três ainda não foram ouvidos pela PF, responsável pelo caso por se tratar de um prédio do governo federal.

Mas eles foram detidos e interrogados pela Polícia Civil do Distrito Federal, que procura outros quatro manifestantes que também participaram no quebra-quebra.

Foram danificadas 65 vidraças, com custo total de reposição de R$ 18.414,04, segundo o Itamaraty.

COQUETEL MOLOTOV

À Polícia Civil Domivan disse estar arrependido. Ele admitiu, segundo a polícia, ter arremessado uma barra na fachada do Itamaraty, mas negou ter jogado um coquetel molotov contra o prédio.

Imagens de cinegrafistas mostram Domivan lançando objetos e tirando a camisa para cobrir o rosto. Ele já foi condenado a prestar serviço comunitário por agressão contra mulher.

Cláudio Roberto Borges de Souza, que cumpre prisão domiciliar por furto de um telefone celular, responde processo também por violência contra mulher. Ele foi fotografado lançando um coquetel molotov e disse, no interrogatório, estar arrependido.

O terceiro suspeito, Samuel Jesus, aparece nas imagens usando uma máscara cirúrgica e uma camiseta com a palavra "Cólera" e uma referência ao filme britânico "V de Vingança" (2006).

Samuel Jesus afirmou aos delegados que "agiu sozinho e estava arrependido porque tinha a intenção de prestar concurso público".

A reportagem não localizou Cláudio, Domivan e Samuel. Os advogados dos dois primeiros não ligaram de volta. O defensor de Samuel Jesus não foi localizado.

FUZILEIRO

Flagrado em imagens da própria Folha, o fuzileiro naval que estava na frente do Itamaraty durante a tentativa de invasão responde a sindicância da Marinha. O nome do militar não foi divulgado.

A Folha apurou que o fuzileiro não era do serviço de inteligência nem da Marinha nem do Ministério da Defesa.


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