Folha de S. Paulo


Americanas que tiveram passaporte retido no Brasil voltam aos EUA

As norte-americanas com passaportes retidos no Brasil Shauna Hadden, 33, e sua filha Ava Machado, 6, voltaram nesta sexta-feira (12) para os Estados Unidos, de acordo com o advogado delas, Fábio Zech.

Ontem, elas haviam obtido de volta seus passaportes, após ter sido derrubada a decisão judicial que reteve os documentos. Com os passaportes, as americanas embarcaram hoje por volta das 9h. Elas vivem no Estado americano de Massachusetts.

Arquivo pessoal
Mãe e filha americanas mostram passaporte que foi retido pela Justiça brasileira; elas foram para EUA apenas nesta sexta
Mãe e filha americanas mostram passaporte que foi retido pela Justiça brasileira; elas foram para EUA apenas nesta sexta

As duas estavam impedidas de sair do Brasil após uma ação movida pelo pai da criança, Donizete Machado, 32, que pedia para vê-la enquanto Ava estava no país. Decisão liminar de primeira instância resultou na retenção dos passaportes no início de junho.

Os dois foram casados nos Estados Unidos entre 2006 e 2009. Após o divórcio, a mãe ficou com a guarda de Ava e Donizete continuou vendo a criança regularmente. Em 2010, ele foi deportado por ser imigrante ilegal e, desde então, só manteve contato com a filha via internet.

Em maio deste ano, Shauna veio para o Brasil encontrar seu atual namorado, que mora em Fortaleza.
Donizete se ofereceu para pagar a passagem da viagem, no intuito de ver a filha e como compensação por não ter pagado pensão à ex-mulher após ter sido deportado.

Ao pousar no Rio de Janeiro, em vez de ir ao encontro de Donizete em Santa Catarina, Shauna foi para Fortaleza. Inconformado, Donizete ajuizou ação e obteve a retenção dos passaportes delas.

A advogada de Donizete, Isabel Feijó, entrou ontem com um recurso no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para tentar manter a retenção dos passaportes, mas ainda não houve resposta. Segundo ela, com o retorno das americanas aos EUA, a ação perde o objeto.

Com isso, o pai tenta agora um pedido na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República solicitando ver Ava ao menos uma vez por ano. (AGUIRRE TALENTO)


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