Folha de S. Paulo


Ato nacional tem ao menos 82 protestos e 52 bloqueios em rodovias

Após um dia de protestos em todas as capitais brasileiras, só Rio de Janeiro e São Paulo ainda registravam manifestações por volta das 21h desta quinta-feira (10). Ao todo, mais de 90 mil participaram dos atos no país.

Um levantamento da Folha contabilizou ao menos 82 protestos pelo país ao longo do dia, sendo 52 bloqueios em rodovias. Os atos do "Dia Nacional de Lutas" foram organizados por centrais sindicais como CUT, Força Sindical, Conlutas e UGT.

Saiba como foi o dia de protestos pelo país
Sindicatos fazem protestos em todos os Estados
Policiais dizem que equipes não são suficientes
Justiça proíbe bloqueios nas rodovias paulistas

Os pedidos mais comuns foram o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários, a aceleração da reforma agrária e a aplicação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação e de 10% do Orçamento da União para a saúde. As reivindicações são recorrentes na pauta trabalhista.

Houve paralisação de ônibus, fechamento de bancos e escolas, interrupção do trabalho em fábricas e fechamento de rodovias --por volta do meio-dia, dez Estados tinham rodovias fechadas.

Em Porto Alegre, uma das capitais mais afetadas, muitas lojas do centro não abriram e quem precisou de transporte público só conseguiu usar lotação porque, impedidos de deixar as garagens por sindicalistas, os ônibus não circularam.

Os trens que ligam cidades da região metropolitana a Porto Alegre deveriam funcionar pela manhã das 5h30 às 8h30, mas foram fechados às 7h30 devido a atos de vandalismo.

Na cidade de São Paulo, os protestos fecharam avenidas importantes como Radial Leste, Paulista, 23 de Maio, Jacú-Pêssego e marginais Tietê e Pinheiros.

Em Santos, no litoral paulista, estivadores fecharam o acesso ao porto, o maior da América Latina, e entraram em terminais privados.

No Rio de Janeiro, houve protesto e confronto entre PMs e policiais militares na região central e na região do Palácio Guanabara. Policiais chegaram a usar jatos d'água contra os manifestantes. Ao todo, 12 pessoas foram detidas e outros oito adolescentes apreendidos.

No Distrito Federal, cerca de 6.000 pessoas, segundo a PM, se reuniram na frente do Congresso Nacional para pedir melhores condições de trabalho.

Em Belo Horizonte, o metrô, que atende cerca de 200 mil pessoas por dia, parou totalmente, ignorando determinação judicial de manter a escala mínima de 30%. Em três estações de ônibus, houve bloqueios pela manhã, impedindo a circulação do transporte nos distritos do Barreiro e Venda Nova.

À tarde, uma manifestação com cerca de 7.000 sindicalistas e integrantes de movimentos sociais percorreu as regiões centro, sul e oeste, totalizando seis horas de passeata.

Em Manaus, cerca de 40% da frota de ônibus do transporte público parou. No distrito industrial da Zona Franca, os operários bloquearam vias de acesso às fábricas, o que provocou atrasos.

Em Curitiba, o Hospital de Clínicas paralisou o atendimento a novos pacientes depois das 6h. Apenas urgências, emergências e pacientes que já estavam internados receberam atendimento. Professores e servidores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) também cancelaram as atividades.

Na região metropolitana do Recife, o Complexo Portuário de Suape, um dos principais polos da economia de Pernambuco, foi paralisado, segundo a Força Sindical. Três entradas do local foram bloqueadas no início da manhã.

Em Campinas, um protesto no bairro Jardim Campo Belo terminou com quatro policiais feridos e três pessoas detidas, segundo a PM. Os manifestantes pediam mais rede de esgoto, pavimentação e regularização de imóveis.

Em Campo Grande, cerca de 35 mil pessoas caminharam pelas ruas centrais, segundo estimativa da Polícia Militar. O protesto começou às 9h na praça do Rádio, saiu em marcha pelas principais avenidas da região terminou por volta das 12h30.

Em São Luís, cerca de 400 manifestantes, segundo a PM, marcharam por ruas do centro para pedir mais verba para saúde e educação.

Em Florianópolis, duas pessoas foram detidas pela Polícia Militar durante invasão do terminal do centro no início da noite. Elas foram liberadas por volta das 20h. Segundo a PM, 1.500 participaram dos atos na cidade.

Em Vitória, manifestantes protestaram pelo fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte, que liga a capital a Vila Velha.


Endereço da página:

Links no texto: