Folha de S. Paulo


Manifestantes entram em confronto com PMs em duas regiões do Rio

Um novo embate entre policiais e manifestantes ocorreu às 20h, no centro do Rio, dando sequência aos confrontos durante os protestos de sindicalistas nesta quinta-feira. Quase na mesma hora, no bairro de Laranjeiras, um outro grupo enfrentava a PM nos arredores do Palácio Guanabara, a sede oficial do governo do Estado.

Por volta das 22h50, porém, os atos já tinham sido encerrados e o movimento era tranquilo. De acordo com a assessoria da PM, 12 pessoas foram presas e oito menores, detidos. Um policial foi ferido na cabeça.

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Policiais da Tropa de Choque fizeram um cerco na praça da Cinelândia, onde um grupo de aproximadamente 100 manifestantes ocupava a escadaria da Câmara Municipal do Rio. A PM chegou a usar o jato d'água para dispersar o grupo.

Na hora do confronto, mais de 300 policiais estavam na região da Cinelândia, incluindo uma tropa do batalhão da PM da área. Cinco carros da Tropa de Choque, um "caveirão" (blindado da PM) e um veículo equipado com jatos de água estão posicionados na Cinelândia. Muitas motos da PM também circulam na mesma área.

O protesto de sindicalistas no centro do Rio chegou a reunir 2.500 pessoas ao longo da tarde. No início da noite, houve um outro confronto entre um grupo de manifestantes mascarados e os policiais militares.

A passeata passava pela esquina da avenida Almirante Barroso, perto da Cinelândia, ponto final da caminhada, quando o grupo começou a atirar pedras e pedaços de pau contra os policiais. O material estava escondido debaixo de várias bancas de jornais ao longo da avenida Rio Branco.

No momento em que começaram a atacar os policiais, o grupo tinha formado uma linha na frente da passeata. De trás dessa linha, um coquetel molotov foi arremessado contra os policiais que estavam na esquina. Policiais do Batalhão de Choque, que acompanhavam à distância, reagiram jogando bombas de gás lacrimogêneo.

Houve correria, com grupos se dispersando em direção à Praça 15 e à Cinelândia. No meio do tumulto, do alto de um carro de som da CUT, um dos organizadores pedia para que as pessoas não corressem e continuassem a caminhada. Ao mesmo tempo, o sistema de som começou a tocar o Hino Nacional.

Testemunhas disseram que alguns dos manifestantes que atacaram os policiais estariam armados e que quando o grupo entrou pela rua, armado, policiais femininas que cuidavam da segurança de prédios públicos naquele trecho se refugiaram em prédios. Policiais então entraram pela rua, perseguindo os manifestantes, atirando para o alto.

Em nota divulgada à noite, o governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que "o vandalismo não será tolerado" e que há grupos "com o objetivo claro de gerar o pânico e destruir o patrimônio público e privado" tentando se aproveitar das "manifestações legítimas de milhares de jovens".

OUTRO ATO

Houve confronto também, na noite desta quinta-feira, na frente do Palácio Guanabara, sede do governo do Estado. Manifestantes jogaram fogos em direção ao prédio e a policia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água.

Cerca de 500 pessoas participaram da passeata que foi até o palácio aos gritos de "Cabral renuncia!". Cerca de 250 policiais saíram saíram do Largo do Machado e fecharam a rua das Laranjeiras (zona sul do Rio). À frente da manifestação há uma faixa onde está escrito "Somos a Rede Social".

Em frente ao Palácio Guanabara, um oficial da PM tentou mais cedo acalmar os manifestantes dizendo ao megafone: "Estamos aqui para ajudar vocês". E ouve de resposta: "Não é mole não/a polícia defendendo um ladrão".


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