Folha de S. Paulo


'Não viemos defender político para ficar ou sair', diz presidente da CUT

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse nesta quinta (11), durante manifestação liderada pela entidade, que a central sindical não está protestando contra nem a favor do governo Dilma Rousseff (PT).

A CUT fez um ato no Paço Municipal de São Bernardo do Campo pela manhã, dentro da programação do Dia Nacional de Lutas, convocado por várias centrais sindicais.

De lá, parte de seus militantes seguirão em dez ônibus até a avenida Paulista, em São Paulo, onde está programada uma passeata até o centro da capital, à tarde.

A CUT incluiu entre suas reivindicações propostas defendidas pelo PT e o governo Dilma, como o plebiscito para a realização de uma reforma política, proposto pela presidente.

Freitas afirmou que esses temas são bandeiras da central, ligada ao PT, há pelo menos sete anos. Ao discursar em um carro de som no paço de São Bernardo, ele negou que a entidade tenha se mobilizado para defender o governo.

"Não viemos aqui nesse palanque para defender político para ficar ou para sair. Viemos para defender interesses da classe trabalhadora", disse.

A CUT trabalhou para tentar evitar que Dilma fosse alvo de ataques das centrais que se opõem ao governo, como a Força Sindical e a Conlutas. Freitas havia dito à Folha que manifestações a favor e contra o governo poderiam partir de militantes, mas não seriam feitas de forma "oficial".

Dirigentes da entidade, no entanto, elogiaram Dilma no carro de som. Júlio Turra, diretor da CUT, disse que a presidente acertou ao propor plebiscito para a reforma e criticou o Congresso Nacional.

"Quem é que pode acreditar que os atuais deputados e senadores vão fazer reforma contra seus interesses? Não pode por a raposa para cuidar do galinheiro", afirmou.

Andréa Ferreira de Sousa, secretária da Mulher da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP, disse que Dilma é uma "mulher corajosa e guerreira à frente de nossos trabalhadores". "Temos que apoia-la", completou.

Ao defender a proposta de financiamento exclusivamente público de campanhas eleitorais, reivindicação do PT, Vagner Freitas tentou dissocia-la do partido. "O fim do financiamento privado, empresarial, não é bandeira da Dilma, é bandeira do povo brasileiro", declarou.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) assistiu ao ao diante do carro de som e teve o nome elogiado, mas não subiu no palanque nem discursou.


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