Folha de S. Paulo


Funcionários da Santa Casa do Rio vendem sepulturas irregulares

Funcionários da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro estão vendendo sepulturas construídas sem autorização da prefeitura. A denúncia foi feita pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (7).

A fraude envolve a ocupação de túmulos supostamente abandonados, construção de jazigos irregulares, falsificação de documentos e sonegação fiscal. Os problemas foram identificados nos cemitérios São João Batista, em Botafogo, zona sul; Cacuia, na Ilha do Governador; e São Francisco Xavier, no Caju, zona norte.

Os preços das sepulturas variam com a localização e qual pessoa famosa foi enterrada por perto. Próximo do túmulo do aviador Santos Dumont, por exemplo, R$ 310 mil.

A instituição centenária, que administra os 13 cemitérios públicos do Rio, está mergulhada em dívidas e processos, incluindo por falta de pagamento de funcionários e recolhimento de impostos.

O provedor da Santa Casa, Dahas Zarur, foi acusado pelo programa de desviar dinheiro da venda de imóveis da entidade e participar da falsificação de documentos.

Zarur confirmou a venda irregular de jazigos e roubos praticados por funcionários. Ele disse que imóveis da Santa Casa também foram negociados de forma irregular, mas negou participação nos casos e disse não saber explicar como as vendas foram concluídas.

A prefeitura do Rio afirmou que está insatisfeita com os serviços prestados pela Santa Casa e que fará uma licitação. A respeito da construção de jazigos em pontos irregulares, o município disse que isso pode causar problema de drenagem, contaminação do solo e do lençol freático.


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