Folha de S. Paulo


Sérgio Cabral diz que lamenta mortes na Maré após operação policial

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), lamentou nesta quinta-feira as mortes de 10 pessoas, entre elas um sargento do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e dois moradores, na última semana, em operação policial no conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio.

"Lamento a morte de inocentes e do policial do Bope. E até mesmo de marginais que o correto sempre que possível é a prisão, mas quando revidam atirando também a polícia não pode deixar de reagir. Agora, é uma cena muito lamentável de um Rio de Janeiro que já não vê mais isso na Rocinha, na Penha, Andaraí, Borel e outras comunidades pacificadas", disse Cabral.

A declaração foi feita após o anúncio do novo incentivo para produção de etanol, no Palácio da Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio.

Segundo o governador, o complexo da Maré será o próximo a ser ocupado pela polícia para implantação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). "Vai ser um grande avanço numa comunidade que moram quase 100 mil pessoas e onde estão instaladas três facções do crime organizado", disse.

Na ocasião da chacina na Maré, uma das vítimas estava trabalhando como garçom num bar quando foi baleado pela polícia. Um inquérito foi aberto pela Divisão de Homicídios do Rio para investigar o caso.

Os crimes aconteceram nas favelas Nova Holanda, Baixa do Sapateiro e Parque União. A Maré é o maior conjunto de favelas da cidade com cerca de 130 mil habitantes em 16 comunidades.

Na terça-feira, um grupo de moradores, apoiado por sociólogos, estudantes e especialistas em segurança pública de faculdades protestaram no local e homenagearam as vítimas. O ato chegou a reunir 5.500 pessoas, segundo a PM.


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