Folha de S. Paulo


Bicicletários voltarão amanhã em dez estações do metrô de SP

O serviço de empréstimo e estacionamento de bicicletas no metrô, desativado no ano passado, voltará a funcionar amanhã em dez estações.

São elas: Liberdade, Paraíso, Sé, da linha 1-azul, Vila Madalena, Tamanduateí, da linha 2-verde, Brás, Carrão, Corinthians-Itaquera, Guilhermina-Esperança e Santa Cecília, da linha 3-vermelha.

O estacionamento será de graça por 12 horas e custará R$ 2 por hora adicional. O usuário precisa ter cadeado.

No caso do empréstimo, serão dez bicicletas em cada estação. A primeira hora será de graça, depois serão cobrados R$ 2 por hora.

Nos dois casos, será necessário fazer um cadastro com RG, CPF, comprovante de residência e cartão de crédito, usado nos pagamentos.

Para o estacionamento, o cadastro terá também dados da bicicleta e um compromisso de que será usado cadeado de boa qualidade.

As bikes cadastradas serão identificados com uma placa numérica ou código de barra. A cada parada será entregue um tíquete, que deve ser usado na retirada.

Se o documento for perdido, o usuário deverá assinar um termo informando que retirou a bicicleta sem apresentar o comprovante de estacionamento.

No caso do empréstimo, será preciso ter crédito de R$ 450 no cartão, como forma de caução.

As bicicletas, de cinco marchas, poderão ser retiradas em uma estação e ser devolvidas em outra. Cada usuário receberá um número de cadastro, que será usado em novos empréstimos.

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Mecânico do Projeto Pedala SP regulado as bicicletas; Bicicletários voltarão amanhã em dez estações do Metrô
Mecânico do Projeto Pedala SP regulado as bicicletas; Bicicletários voltarão amanhã em dez estações do metrô

CAFÉZINHO

O serviço será operado pela Ascobike (Associação dos Condutores de Bicicletas), responsável há 12 anos pelo bicicletário da estação Mauá da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

"Queremos oferecer toda a condição para usarem a bicicleta como meio de transporte", diz Adilson Alcantara da Silva, gestor do projeto.

Ele diz que planeja equipar os bicicletários com TV, caixa de ferramentas, água gelada e até cafézinho. Os funcionários terão treinamento em mecânica e poderão ajudar os ciclistas a fazer pequenos reparos nas bikes.

"Queremos criar atrativos, principalmente nas estações da periferia, onde o uso da bicicleta no deslocamento para o trabalho é mais comum."

Ele diz que os bicicletários poderão crescer conforme a demanda, e que a rede poderá chegar a 1.500 usuários.

Os bicicletários funcionarão todos os dias das 7h às 22h, inclusive nos feriados.

BARCELONA

O projeto é tocado pela empresa Brasil e Movimento, que foi credenciada pelo Metrô e deverá fazer seguro e se responsabilizar por furto, roubo ou dano às bicicletas.

A empresa é a mesma que opera as bicicletas públicas de Barcelona, na Espanha, que tem 100 mil usuários. Ela também atua em outros dez países e em Campinas, Rio e São Caetano do Sul.

Em troca de bancar as bicicletas, funcionários e os custos operacionais do serviço, a empresa recebe em troca a permissão para exibir marcas nos bicicletários e bicicletas. Mas os anúncios terão que respeitar a Lei Cidade Limpa e ser submetidos "ao Metrô e seus parceiros para aprovação ou veto".

Os bicicletários do metrô surgiram em 2008, por meio de uma ONG que recebia patrocínio da seguradora Porto Seguro e operava o sistema de empréstimo e estacionamento em 17 estações.

Segundo o Metrô, o patrocínio foi encerrado no ano passado e, sem outra fonte de receitas, a ONG não conseguiu manter o sistema.

"Essa nova empresa têm estrutura para manter a operação mesmo sem parceiro, mas temos uma segunda credenciada que podemos acionar em caso de problema. É uma maneira do Metrô se proteger", disse Marcelo Borg, coordenador do Serviço de Informação ao Cidadão do Metrô.

Borg diz que a companhia pretende expandir a rede de bicicletários no futuro --as futuras estações já contam com o espaço nos projetos.

Nas antigas, diz, há problema de espaço. Mas há estudos para que algumas delas tenham o serviço.

"A intenção é, tendo a possibilidade de ter bicicletário em estações já existente, vamos fazer. O importante é que o Metrô tem como diretriz manter e incentivar a integração com a bicicleta." (ANDRÉ MONTEIRO)


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