Folha de S. Paulo


Câmara de SP autoriza abertura de CPI dos transportes

Com 50 votos favoráveis e nenhum contra, a Câmara Municipal de São Paulo autorizou a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que deve investigar o transporte público na cidade.

Há três propostas para esse fim. Já havia duas feitas --uma de Ricardo Young (PPS), que é de oposição, e Paulo Frange (PTB), vereador da base governista. Hoje, o PT Paulo Fiorilo protocolou mais uma.

Tanto Young como Frange chamaram a proposta de Fiorilo de "chapa branca", e disseram que ela não vai abrir a "caixa preta" do transporte público. Isso porque, caso a proposta do governista seja aceita, os membros da mesa da comissão (como presidente e relator) serão aliados do prefeito Fernando Haddad no legislativo.

O petista disse que a comissão que ele propôs irá, sim, "abrir as planilhas" das viações (ou seja, revelar quais são os custos das empresas e como se formam os preços das tarifas), além de "discutir a qualidade do transporte". Ele também afirmou que a CPI proposta por Young não tem foco, pois têm muitos itens a serem investigados, mas ele não explicitou quais são os pontos que não deveriam ser esmiuçados.

A escolha de qual das três propostas de CPI deve ser instalada está prevista para acontecer amanhã.

Já há duas CPIs em andamento, uma sobre exploração sexual e outra sobre estacionamentos.

A Casa estava lotada. Havia cerca de seis membros do MPL (Movimento Passe Livre), além de comerciantes da Feira da Madrugada, no Pari, e de representantes do movimento sem-teto do bairro do Ipiranga.

Nina Capello, do MPL, afirmou que a CPI tem o apoio do movimento, mas que "não tem a ilusão de que esse é um instrumento fundamental para a revisão dos custos". E acrescentou que a instauração da comissão não é a única bandeira do MPL.

Ela também elogiou o cancelamento de licitações para contratação de viações.


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