Folha de S. Paulo


Comissão da Verdade do Rio critica o trabalho da PM na Maré

A Comissão da Verdade do Rio (CEV-Rio) criticou nesta quarta-feira (26) o trabalho da Polícia Militar durante manifestações populares no Estado e sua atuação na operação que resultou na morte de dez pessoas no Complexo da Maré, zona norte da cidade.

Em nota assinada por Wadih Damous, presidente da Comissão, a PM é criticada por não ter protegido com antecedência os possíveis alvos de vandalismo durante protestos no centro, especialmente a Alerj e a sede da prefeitura. "É inaceitável que os presos nas manifestações sejam acusados de formação de quadrilha --recurso que nem a ditadura militar usou", diz o comunicado.

A CEV-Rio classifica de "intolerável" o comportamento dos policiais na Maré. Três pessoas inocentes morreram durante o confronto na favela na noite desta segunda-feira (24), de acordo com o comando da PM. "Toda a população local foi submetida a um verdadeiro estado de sítio, proibida de deixar suas casas e a polícia matou pelo menos nove pessoas", acrescenta Damous.

O número de mortos na operação subiu para dez, segundo a Polícia Militar. "Esperamos que o governador Sérgio Cabral tome as providências que a seriedade da situação exige", conclui a nota.

PROTESTOS

Por volta das 11h, cerca de 40 médicos, enfermeiros e agentes da área da saúde fecharam uma pista da avenida Brasil, sentido centro, altura do Hospital Geral de Bonsucesso, para fazer um protesto contra a privatização dos hospitais federais do Rio. Por volta do meio-dia, a via foi liberada.

Outro protesto, em frente à Secretaria de Segurança Pública, reuniu alguns moradores da Maré contrários às últimas ações da Polícia Militar no conjunto de favelas. As manifestações foram pacíficas, sem tumultos.


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