Folha de S. Paulo


Passageiros depredam ônibus na rodoviária de Brasília; veja vídeo

Passageiros depredaram pelo menos sete ônibus e tentaram incendiar outro na rodoviária de Brasília na noite desta segunda-feira, em represália a uma paralisação de cerca de 600 ônibus de uma empresa de transporte urbano.

A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada e detonou pelo menos duas bombas de gás lacrimogêneo para conter o protesto.

Protesto paralisa ônibus no DF; rodoviária e coletivos são depredados

Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas, e duas foram levadas para hospitais da cidade. Um senhora de cerca de 50 anos despencou de uma escada, após ser prensada pela multidão durante o tumulto, e teve um ferimento no ombro.

O tumulto começou no início da noite, quando uma manifestação de motoristas e cobradores paralisou o serviço de ônibus de uma das empresas. O serviço foi restabelecido a partir das 20h.

Inconformados com a espera, alguns passageiros começaram a depredar a rodoviária. Vidraças e lixeiras foram quebradas.

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A origem da paralisação é o resultado da última licitação lançada pelo Governo do Distrito Federal para o transporte público na região central e entorno da cidade.

Durante o processo de concorrência, outra companhia recebeu o direito de prestar o serviço das linhas. Os funcionários agora temem ficar sem emprego e decidiram interromper o trabalho.

No meio da tarde, esses funcionários fecharam a saída da rodoviária para impedir que todos os ônibus que chegassem tivessem de estacionar e não seguissem suas rotas.

A Polícia Militar estima que 300 motoristas e cobradores estavam parados na rodoviária até às 19 horas. Mesmo número de policiais tentaram fazer a segurança dos passageiros.

VÂNDALOS

A ação dos vândalos começou no início da tarde. Como as pessoas não conseguiam ir para casa, uma multidão começou a se aglomerar nos terminais.

"O vandalismo partiu da população revoltada. A gente estava na boa com a polícia", disse o cobrador de ônibus da empresa Viplan, Aldemir Barbosa, de 28 anos.

Lojistas, com medo, decidiram fechar as portas. A porta de ferro da lotérica Fila da Sorte foi depredada. Mas não houve registros de saques no comércio da rodoviária.

"Eu vou ter de esperar. Fui atrás do metrô, mas a fila está enorme", disse Neuzita Guedes, 60 anos, que trabalha como copeira na Câmara dos Deputados.

Neste momento, o secretário de transporte do Distrito Federal, José Walter Vasquez, está reunido com pequena comissão que representa os manifestantes e tenta fechar um acordo para que o serviço possa ser completamente restabelecido. (Colaborou JULIA BORBA)


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