Folha de S. Paulo


Ar fresco é melhor do que vinagre contra efeito de gás lacrimogêneo

A literatura médica recomenda o ar fresco como a melhor maneira de combater os efeitos da clorobenzalmalonitrila, o ingrediente ativo do gás lacrimogêneo.

O vinagre, levado por alguns participantes de protestos, não tem utilidade para aplacar os efeitos da substância no sistema respiratório.

Esse ingrediente, porém, contém ácido acético e pode ajudar a aliviar os casos mais graves de contato com o gás: as queimaduras alcalinas na pele. Mas esse tipo de ferimento só ocorre em casos extremos, quando policiais atiram muitas cápsulas de pó lacrimogêneo numa área pequena (algo que são treinados para não fazer).

Manifestantes que demoram a sair das nuvens de pó lacrimogêneo também podem ter essa queimadura, sobretudo se estiverem com roupas úmidas, que facilitam a absorção do gás pelo tecido. (Apesar do nome, a clorobenzalmalonitrila não é um gás à temperatura ambiente, e sim um pó em suspensão.)

Nos últimos dias, alguns manifestantes passavam vinagre no rosto ou bebiam o líquido após terem inalado o gás lacrimogêneo, mas isso só causa mais irritação.

Para tomar ar fresco e descontaminar as roupas, um ventilador pode ajudar. Ao chegar em casa, recomenda-se tomar um banho com água fria. Não se deve lavar as roupas com água quente, que faz o pó lacrimogêneo vaporizar e pode contaminar a lavanderia.


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