Folha de S. Paulo


Maioria dos manifestantes em SP usa transporte público, diz Datafolha

Os manifestantes que foram ao protesto convocado pelo MPL (Movimento Passe Livre) na avenida Paulista, em São Paulo, na última quinta-feira (20), têm como principais meios de locomoção os transportes coletivos, de acordo com pesquisa Datafolha.

O metrô foi apontado como um dos meios de transporte por 79% dos ouvidos no levantamento, acima do índice apurado na cidade de São Paulo (39%). Entre os entrevistados, 64% citaram o ônibus como um dos mais utilizados. Na cidade de São Paulo, a opção é apontada por 73%. O trem foi o terceiro mais citado (21%) entre os manifestantes ouvidos na Paulista. Em São Paulo, a posição é ocupada pelo carro (27%).

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Apesar de utilizarem os transportes coletivos como principais meios de transporte, apenas 25% dos manifestantes acham que a passagem deveria ser gratuita. Na média, o valor para ônibus, trem e metrô, segundo a pesquisa do Datafolha, deveria ser de R$ 2.

Foram ouvidos 551 entrevistados. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

PERFIL

O Datafolha traçou também um perfil do manifestante que foi à Paulista na quinta-feira: a maioria absoluta dos participantes dá apoio à democracia (87%). Apenas 5% disseram que, sob determinadas circunstâncias, uma ditadura é melhor que o regime democrático.

A maioria dos manifestantes têm entre 21 e 35 anos (63%), têm ensino superior (78%) e não têm partido --72%, contra 84% do ato de segunda-feira passada, iniciado no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo. PT e PSDB obtiveram 6% de simpatizantes cada um.

A orientação política do grupo que foi à Paulista está majoritariamente ao centro (31%) e à esquerda (22%), o que se traduz nas posições que defendem: contrários à adoção da pena de morte, ao porte de armas e defensores de a sociedade aceitar o homossexualismo (88%). Extremos liberais são a maioria (32%) e conservadores extremos, a minoria (2%).

Protestar contra a corrupção foi a razão de metade dos manifestantes, à frente da luta contra o aumento da passagem (32%).


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