Folha de S. Paulo


Brasil tem manifestações marcadas em 12 cidades neste fim de semana

Ao menos 12 cidades em 9 Estados têm protestos confirmados nas redes sociais para acontecer neste fim de semana, incluindo seis capitais.

A maioria dos atos é contra a corrupção e a PEC 37, que retira a atribuição da Promotoria de investigar, ainda que a votação da emenda tenha sido adiada.

Cerca de 800 pessoas, de acordo com a organização, protestam na avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo. São trabalhadores da rede conveniada da prefeitura --composta por creches, abrigos e outras coisas-- que pedem reajuste salarial de 15%.

Em Goiânia (GO) já teve início o ato com 200 pessoas contra a emenda constitucional. Em Mossoró (RN), segunda maior cidade do Estado, 2 mil pessoas protestaram pela manhã contra a insegurança.

Novos protestos tomam as ruas de 12 capitais e 65 cidades
Policial é baleado durante manifestação na zona norte de São Paulo

Grande parte inclui na pauta reivindicações por melhorias nos serviços públicos, como saúde e educação.

As maiores mobilizações devem ocorrer hoje, em São Paulo, com concentração na avenida Paulista, e amanhã, no Rio de Janeiro, no posto 4 da praia de Copacabana.

Nenhum dos atos é organizado pelo Movimento Passe Livre, ainda que o grupo tenha recuado da decisão de suspender manifestações.

ATÉ O MOMENTO

Protestos voltaram a tomar as ruas de pelo menos 12 capitais e 65 cidades do interior do país ontem. Atos de vandalismo, depredação a prédios públicos e confrontos entre manifestantes e policiais também foram registrados novamente em alguns locais.

Editoria de arte/Folhapress

Em São Paulo e no interior do Estado, o principal foco dos manifestantes foi as rodovias. Em Registro (SP), a rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, foi bloqueada. Houve congestionamento nos dois sentidos da via.

Também foram fechadas as rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Anhanguera, Fernão Dias, Via Dutra e Imigrantes, em diferentes pontos e municípios. Em todas, motoristas enfrentaram transtornos.

Houve problemas ainda nas rodovias do Rio Grande do Sul, um dia após violentos confrontos em Porto Alegre.

Manifestantes da região metropolitana fecharam as duas principais estradas que dão acesso à capital gaúcha. A BR-290, que liga a cidade ao sul do Estado, foi totalmente bloqueada no fim da tarde no município de Eldorado do Sul e em um acesso a Cachoeirinha.

A BR-116 foi fechada em dois trechos: na cidade de Esteio, a 20 km de Porto Alegre, e em Guaíba.

No interior do RS, manifestantes dispararam rojões em meio a uma passeata em Caixas do Sul nesta noite e um homem acabou detido. A Brigada Militar estimava em ao menos 10 mil o número de pessoas no ato.

PIAUÍ E MATO GROSSO DO SUL

Em Teresina, segundo o coronel Alberto Meneses, comandante da PM da capital, manifestantes atiraram pedras e bombas de fabricação caseira contra policiais que defendiam o Palácio Karnak, sede do governo do Piauí.

A PM conseguiu dispersar os manifestantes sem agredi-los, segundo o coronel. "Tudo foi gravado pelas nossas câmeras e as imagens serão levadas por nós ao Ministério Público para mostrar como agimos", comentou enquanto finalizava a operação.

Em Campo Grande, após um início pacífico, manifestantes tentaram invadir a sede da Câmara Municipal. Cerca de mil pessoas participam do protesto, que começou por volta das 17h. Por volta das 20h, um grupo começou a atirar pedras contra o local e tentou romper um cordão de isolamento formado pela Guarda Municipal. Um guarda ficou ferido.

A tropa de choque da PM foi chamada e usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

CEARÁ

Em Fortaleza, a manifestação chegou a reunir de 25 mil e 30 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e também terminou com confronto.

A passeata pela orla da capital cearense começou no final da tarde, tendo como bandeira principal a reivindicação por mais investimentos em saúde e educação. Os manifestantes empunhavam bandeiras do Brasil e a principal palavra de ordem era "Da Copa eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação".

Parte dos manifestantes tentou se dirigir à prefeitura, mas havia um bloqueio policial. Alguns agressores atacaram policiais com pedras e houve revide com bombas e balas de borracha, o que acabou dispersando o grupo. Sete pessoas foram presas --quatro delas adolescentes.

PARANÁ

Sob forte chuva, cerca de 15 mil pessoas, segundo a PM, participaram de mais uma manifestação em Curitiba --o quinto ato desde a semana passada.

Os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da cidade e se dividiram em pelo menos três grupos. Um deles foi parar em frente ao estádio do Atlético-PR, que sediará os jogos da Copa do Mundo em Curitiba.

Houve briga entre torcedores do Atlético-PR, que tentam defender o estádio de eventual depredação, e manifestantes, que soltam rojões.

Outro grupo foi para o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, onde houve novo confronto com a tropa de choque da PM, como nos últimos dois protestos na cidade.

Vândalos atacaram a tropa, que avançou com bombas e tiros de balas de borracha. Houve tentativa de invasão ao Tribunal de Justiça e ao menos uma estação do sistema de transporte foi queimada.

Estelita Hass Carazzai/Folhapress
Destruição provocada por vândalos na noite desta sexta-feira (21) em Curitiba, após confronto com a tropa de choque da PM em frente à sede do governo do Paraná.
Destruição provocada por vândalos na noite desta sexta-feira (21) em Curitiba, após confronto com a tropa de choque da PM em frente à sede do governo do Paraná.

MINAS GERAIS

A capital de Minas Gerais registrou nesta sexta (21) protestos em bairros periféricos e uma manifestação de menor porte no centro da cidade. Na região do Barreiro, houve atos isolados de vandalismo.

Houve ainda bloqueios de rodovias motivados por questões pontuais, como reivindicações por construção de passarelas e melhorias no transporte intermunicipal. A BR-040 foi fechada ao longo do dia em dois pontos, na saída para Brasília, em Belo Horizonte, e em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, onde também houve manifestação no centro, com registro de vandalismo.


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